Revista Brasileira de Terapia Intensiva (Jun 2022)

Diretrizes Brasileiras para o tratamento farmacológico de pacientes hospitalizados com COVID-19: Diretriz conjunta da Associação Brasileira de Medicina de Emergência, Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Associação Médica Brasileira, Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, Sociedade Brasileira de Infectologia, Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e Sociedade Brasileira de Reumatologia

  • Maicon Falavigna,
  • Cinara Stein,
  • José Luiz Gomes do Amaral,
  • Luciano Cesar Pontes de Azevedo,
  • Karlyse Claudino Belli,
  • Verônica Colpani,
  • Clóvis Arns da Cunha,
  • Felipe Dal-Pizzol,
  • Maria Beatriz Souza Dias,
  • Juliana Carvalho Ferreira,
  • Ana Paula da Rocha Freitas,
  • Débora Dalmas Gräf,
  • Hélio Penna Guimarães,
  • Suzana Margareth Ajeje Lobo,
  • José Tadeu Monteiro,
  • Michelle Silva Nunes,
  • Maura Salaroli de Oliveira,
  • Clementina Corah Lucas Prado,
  • Vania Cristina Canuto Santos,
  • Rosemeri Maurici da Silva,
  • Marcone Lima Sobreira,
  • Viviane Cordeiro Veiga,
  • Ávila Teixeira Vidal,
  • Ricardo Machado Xavier,
  • Alexandre Prehn Zavascki,
  • Flávia Ribeiro Machado,
  • Carlos Roberto Ribeiro de Carvalho

DOI
https://doi.org/10.5935/0103-507x.20220001-pt
Journal volume & issue
Vol. 34, no. 1
pp. 1 – 12

Abstract

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RESUMO Objetivos: Há diversas terapias sendo utilizadas ou propostas para a COVID-19, muitas carecendo de apropriada avaliação de efetividade e segurança. O propósito deste documento é elaborar recomendações para subsidiar decisões sobre o tratamento farmacológico de pacientes hospitalizados com COVID-19 no Brasil. Métodos: Um grupo de 27 membros, formado por especialistas, representantes do Ministério da Saúde e metodologistas, integra essa diretriz. Foi utilizado o método de elaboração de diretrizes rápidas, tomando por base a adoção e/ou a adaptação de recomendações a partir de diretrizes internacionais existentes (GRADE ADOLOPMENT), apoiadas pela plataforma e-COVID-19 RecMap. A qualidade das evidências e a elaboração das recomendações seguiram o método GRADE. Resultados: Foram geradas 16 recomendações. Entre elas, estão recomendações fortes para o uso de corticosteroides em pacientes em uso de oxigênio suplementar, para o uso de anticoagulantes em doses de profilaxia para tromboembolismo e para não uso de antibacterianos nos pacientes sem suspeita de infecção bacteriana. Não foi possível fazer uma recomendação quanto à utilização do tocilizumabe em pacientes hospitalizados com COVID-19 em uso de oxigênio, pelas incertezas na disponibilidade e de acesso ao medicamento. Foi feita recomendação para não usar azitromicina, casirivimabe + imdevimabe, cloroquina, colchicina, hidroxicloroquina, ivermectina, lopinavir/ ritonavir, plasma convalescente e rendesivir. Conclusão: Até o momento, poucas terapias se provaram efetivas no tratamento do paciente hospitalizado com COVID-19, sendo recomendados apenas corticosteroides e profilaxia para tromboembolismo. Diversos medicamentos foram considerados ineficazes, devendo ser descartados, de forma a oferecer o melhor tratamento pelos princípios da medicina baseada em evidências e promover economia de recursos não eficazes.

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