Arquivos de Gastroenterologia (Mar 2007)
Relação lipase/amilase nas pancreatites agudas de causa biliar e nas pancreatites agudas/crônicas agudizadas de causa alcoólica Lipase/amylase ratio in biliary acute pancreatitis and alcoholic acute/acutized chronic pancreatitis
Abstract
RACIONAL: Pancreatites agudas de causas alcoólica ou biliar podem necessitar de abordagens terapêuticas diferentes. OBJETIVO: Verificar a validade da relação lipase/amilase em diferenciar as causas alcoólica ou biliar na pancreatite aguda/pancreatite crônica agudizada. MÉTODOS: Foram avaliados nove pacientes com pancreatite aguda/pancreatite crônica agudizada alcoólica, todos homens, com idade média (desvio padrão) de 39,8 ± 7,0 anos (grupo I) e 29 com pancreatite aguda biliar, sendo 8 homens e 21 mulheres, com idade média de 43,6 ± 19,9 anos (grupo II). As amilasemias e lipasemias foram determinadas em pacientes com sintomatologia há, no máximo, 48 horas. A relação lipase/amilase foi calculada utilizando-se valores de amilasemia e lipasemia expressas como múltiplos de seus respectivos valores superiores de referência. RESULTADOS: As médias das lipasemias (4.814 ± 3.670 U/L) e amilasemias (1.282 ± 777 U/L) no grupo I foram semelhantes às do grupo II (2.697 ± 2.391 e 1.878 ± 1.319 U/L, respectivamente), mas a média das relações lipase/amilase foi significantemente maior no grupo I (4,4 ± 3,6) do que no grupo II (2,2 ± 2,2). Relação lipase/amilase >3 foi significantemente mais freqüente no grupo I (66,7%) do que no grupo II (24,1%) e diferenciou os dois grupos com sensibilidade de 67% e especificidade de 76%. CONCLUSÕES: 1) as amilasemias e lipasemias não diferenciaram os dois grupos avaliados; 2) relação lipase/amilase >3 é mais freqüente na pancreatite aguda/pancreatite crônica agudizada alcoólica do que na pancreatite aguda biliar, e pode ser útil na diferenciação destas duas causas de pancreatite.BACKGROUND: Alcoholic or biliary acute pancreatitis may need different therapeutic approaches. AIM: Assessing the validity of lipase/amylase ratio in differentiating biliary from alcoholic acute pancreatitis/acutized chronic pancreatitis. METHODS: Nine male patients (mean age and standard deviation: 39.8 ± 7.0 years) with alcoholic acute pancreatitis/acutized chronic pancreatitis (group I) and 29 patients, 8 male and 21 female (mean age: 43.6 ± 19.9 years), with biliary acute pancreatitis (group II) were evaluated. Serum lipase and amylase levels were measured in patients with symptoms for no more than 48 hours. The lipase/amylase ratio was calculated based on serum lipase and amylase levels and expressed as multiples of their respective superior reference values. RESULTS: Mean levels of serum lipase (4,814 ± 3,670 U/L) and amylase (1,282 ± 777 U/L) in patients of group I were comparable to group II (2,697 ± 2,391 and 1,878 ± 1,319 U/L, respectively), but the mean lipase/amylase ratio was significantly higher in group I (4.4 ± 3.6) than in group II (2.2 ± 2.2). Lipase/amylase ratio >3 occurred at significantly higher proportions in patients of group I (66.7%) than of group II (24.1%), differentiating the two groups with sensitivity of 67% and specificity of 76%. CONCLUSIONS: 1) Amylase and lipase serum levels did not differ in the two groups evaluated; 2) the lipase/amylase ratio >3 was more often seen in alcoholic acute pancreatitis/acutized chronic pancreatitis than biliary acute pancreatitis, and it may be useful in differentiating these two causes of pancreatitis.
Keywords