Medicina Veterinária (May 2024)

Ruptura hepática espontânea em gato com amiloidose

  • Caroline Gomes da Silva,
  • Isabela Calixto Matias,
  • Laynaslan Abreu Soares,
  • Juliana Ferreira da Silva,
  • Mariana Lumack do Monte Barreto,
  • Hodias Sousa de Oliveira Filho,
  • Lisanka Ângelo Maia,
  • Antônio Flávio Medeiros Dantas

Journal volume & issue
Vol. 18, no. 1

Abstract

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Descrevem-se os achados clínicos, patológicos e histopatológicos de um caso de amiloidose com ruptura hepática em um gato, sem raça definida, macho, de quatro anos de idade, com histórico de anorexia, dor à palpação abdominal e vocalização há dois dias. O animal foi internado e na avaliação clínica verificou-se, além dos sinais clínicos relatados, mucosas oculares e oral pálidas, desorientação, midríase e disfagia. A evolução clínica foi de dez dias e, mesmo com a instituição do tratamento sintomático, o animal morreu e foi encaminhado para realização da necropsia. Macroscopicamente, foi observado hemoperitônio na cavidade abdominal, fígado aumentado de volume, difusamente pálido, friável, com superfície capsular irregular, áreas multifocais de fissuras no parênquima associadas a coágulos cruóricos. A principal lesão microscópica caracterizou-se por dilatação sinusoidal difusa por material eosinofílico hialino, amorfo, opaco e abundante, e áreas multifocais de hiperplasia de células epiteliais de ductos biliares. Na coloração histoquímica de Vermelho Congo esse material corou-se em vermelho alaranjado, confirmando o diagnóstico de amiloidose. A doença representa um desafio na medicina veterinária, principalmente para felinos, pois tem um caráter progressivo, difícil diagnóstico clínico, tratamento ineficaz e geralmente com prognóstico desfavorável e sinais clínicos tardios, surgindo apenas quando há comprometimento grave nos órgãos. Dessa forma, é essencial o reconhecimento de mais casos da doença para melhor compreensão da etiopatogenia e auxílio terapêutico.

Keywords