Revista Portuguesa de Farmacoterapia (Mar 2016)

REAÇÕES ADVERSAS A ANTIMICROBIANOS NOS SERVIÇOS DE MEDICINA E ORTOPEDIA. HOSPITAL JOSINA MACHEL, 2014

  • João Fernandes Mateus Sebastião,
  • Lara Fernández Héctor,
  • Vladimir Calzadilla Moreira

DOI
https://doi.org/10.25756/rpf.v7i4.96
Journal volume & issue
Vol. 7, no. 4

Abstract

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Realizou-se um estudo descritivo, prospetivo, para caracterizar a incidência e tipo de reações adversas a medicamentos (RAM) antimicrobianos em doentes internados nos serviços de ortopedia e de medicina do Hospital Central Josina Machel, em Luanda, no período de janeiro a fevereiro de 2014. A ocorrência de RAM foi avaliada através da revisão diária da história clínica dos doentes, com pesquisa ativa de efeitos adversos potencialmente associados aos medicamentos antimicrobianos prescritos. Do total de 206 doentes internados, 21 foram afetados por RAM, correspondendo a uma taxa de incidência de 10,2 por cento. A incidência foi significativamente mais elevada no serviço de medicina, tendo ocorrido em 11,7 por cento dos 137 doentes internados, enquanto no serviço de ortopedia foi de 7,2 por cento (5/69). A maior incidência de RAM registou-se nos doentes de idade entre os 30 e os 39 anos, com dez doentes (4,9 por cento), e no género feminino, com 7,8 por cento. As manifestações clínicas das RAM mais frequentes foram o rash cutâneo, em 17,2 por cento dos afetados, seguido de cefaleias, prurido e náuseas e vómitos (13,8 por cento). Os antimicrobianos mais frequentemente associados à ocorrência de RAM foram os antipalúdicos, imputados a mais de metade dos casos. Entre os antibacterianos destacam-se as cefalosporinas, associadas a cinco casos de RAM (23,8 por cento). A maioria das RAM foi classificada, quanto à severidade, como moderada (52,4 por cento) e, como prováveis (57,1 por cento), relativamente à imputação de causalidade. Face ao impacto crescente da ocorrência de RAM recomendamos prosseguir esta investigação, para poder aprofundar mais esta problemática.

Keywords