Psicologia: Reflexão e Crítica (Apr 2005)

Da exacerbação dos sentidos no encontro com a natureza: contrastando esportes radicais e turismo de aventura Sensation seeking in outdoor pursuits: similarities and differences in discourses on radical sports and adventure tourism

  • Mary Jane P. Spink,
  • Sérgio Seiji Aragaki,
  • Marina Pigozzi Alves

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-79722005000100005
Journal volume & issue
Vol. 18, no. 1
pp. 26 – 38

Abstract

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Este artigo visa a contribuir para a compreensão do risco-aventura, entendido como o conjunto de práticas que recuperam a dimensão positiva dos riscos. Com base na revisão da literatura e apoiado na vertente construcionista da Psicologia Discursiva, propõe um modelo para análise das dimensões de risco-aventura presentes no turismo de aventura e nos esportes radicais: risco/perigo, adrenalina, aventura, treinamento, uso de equipamentos e relação com a natureza. Como fonte de dados, utilizamos o site de uma operadora especializada em turismo de aventura e uma entrevista com um praticante de parapente. Os dados coletados foram analisados utilizando árvores de associação de idéias e mapas dialógicos. Todos os elementos do modelo analítico se fizeram presentes nas duas modalidades de risco-aventura. Porém, o turismo de aventura caracterizou-se pela delegação do controle do risco a especialistas, enquanto que nos esportes radicais a dimensão treinamento/experiência foi priorizada, enfatizando-se a responsabilidade individual no controle dos riscos.This article is a contribution to the understanding of risk-adventure as the set of practices that recuperate the positive dimension of risk. Based on a review of the literature and on the theoretical approach of Constructionist Discursive Psychology, it proposes a model for the analysis of the dimensions of risk adventure present in adventure tourism and radical sports: risk/danger, adrenaline, adventure, training, use of equipments and relationship to nature. The data, derived from the site of a tourism agency that specialized in adventure tourism and an interview with a paraglide practitioner, was analyzed using "trees of association of ideas" and "dialogical maps". All the elements of the model were present in both modalities of risk-adventure. However, adventure tourism was characterized by the delegation of responsibility to specialists, whilst the training/experience dimension made itself more present in radical sports, along with greater emphasis on individual responsibility in the control of risks.

Keywords