Griot: Revista de Filosofia (Nov 2024)

Simetria epistêmica e tese da unicidade: dois problemas para os desacordos entre pares

  • Juliomar Marques Silva

DOI
https://doi.org/10.31977/grirfi.v24i3.4929
Journal volume & issue
Vol. 24, no. 3

Abstract

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Neste artigo, discuto dois pressupostos problemáticos para o cenário dos desacordos entre pares: a noção idealizada de Simetria Epistêmica e a Tese da Unicidade. Na literatura recente sobre desacordos existe uma distinção entre desacordos reais e desacordos aparentes, e as principais questões epistemológicas surgem somente a partir dos casos legítimos não das disputas aparentes. Sendo assim, uma vez que uma Simetria Epistêmica idealizada parece improvável isso impediria a ocorrência dos desacordos reais entre pares. Outro ponto problemático é a Tese da Unicidade, esta diz que um conjunto de evidências justifica uma única proposição ou uma única atitude doxástica para uma dada proposição. Porém, com base nesse princípio, pares epistêmicos deveriam convergir e não discordar, pois acessam o mesmo conjunto de evidências. Desta forma, a simetria idealizada e a tese da unicidade parecem não corroborar a ocorrência de desacordos reais entre pares e devemos abrir mão de ao menos um desses pressupostos. Assim, ofereço um argumento a favor da manutenção da tese da unicidade e proponho uma reformulação para a noção de simetria epistêmica.

Keywords