Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)

EP-010 - CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E MICROBIOLÓGICAS DOS CASOS DE SRAG NOTIFICADOS EM 2023 EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

  • Ayrton Santos Silveira,
  • Rodrigo de Macedo Couto,
  • Suely Miyuki Yashiro,
  • Nívia Aparecida Pissaia Sanches

Journal volume & issue
Vol. 28
p. 103940

Abstract

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Introdução: A síndrome respiratória aguda grave (SRAG) é uma condição de grande relevância para a saúde pública. Foram notificados 64957 casos hospitalizados no estado de São Paulo nas 52 semanas epidemiológicas do ano de 2023, dos quais 2761 (4,3%) foram detectados com vírus Influenza. Apesar disso, a maioria dos casos é encerrada sem a identificação do agente etiológico. Objetivo: Descrever características clínicas e microbiológicas dos casos notificados de SRAG no Hospital São Paulo no ano de 2023. Método: Estudo transversal com análise dos casos notificados de SRAG em pacientes internados no Hospital São Paulo de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2023, obtidos a partir da importação dos dados presentes nas fichas de notificação compulsória de casos de SRAG no SIVEP-GRIPE. O material obtido de amostra respiratória foi enviado ao Laboratório de Virologia da Disciplina de Infectologia, Unifesp, para realização de pesquisa por PCR para SARS-CoV-2, Influenza e vírus sincicial respiratório. Resultados: Foram notificados 235 casos de SRAG internados no Hospital São Paulo, HU Unifesp, no ano de 2023. Do total, 123 (52,3%) dos pacientes eram do sexo masculino e 65 pacientes (27,6%) tinham idade acima dos 60 anos. Os sintomas mais comuns nos casos notificados foram desconforto respiratório (77,8%), dessaturação (77,5%), dispneia (73,1%), tosse (72,7%) e febre (59,1%). Além disso, 175 pacientes (74,4%) apresentavam fatores de risco para ocorrência de SRAG, sendo os mais comuns cardiopatia (25,1%), pneumopatia (16,1%) e imunodepressão (15,3%). Amostras para pesquisa de agente etiológico foram coletadas de 222 pacientes (94%), sendo 208 amostras de escarro, 4 lavados broncoalveolares e 8 aspirados traqueais. Testes de PCR foram positivos em 72 (32,4%) destes; 37 para COVID-19, 22 para vírus sincicial respiratório (VSR) e 7 para Influenza. Receberam antivirais 7,6% dos pacientes. Foram internados em unidade de terapia intensiva 63,8%; enquanto 80,8% (190) precisaram de suporte ventilatório, sendo necessário suporte invasivo em 52 destes. Encerramento como cura em 77,8% dos casos, 7,6% foram notificados como óbito por SRAG e óbito por outras causas em 13,6%. Conclusão: O estudo evidenciou que a maior parte dos indivíduos apresentam algum fator de risco para SRAG. O isolamento do agente etiológico não foi comum, apesar da coleta na grande maioria dos casos. A maioria dos pacientes necessitou de leitos de terapia intensiva e cerca de 20% dos pacientes internados com SRAG faleceram durante a internação.