Lumina (Jun 2011)

“Cala a boca, Galvão!”: hegemonia, linguagem e filosofia espontânea das massas

  • Eduardo Granja Coutinho

DOI
https://doi.org/10.34019/1981-4070.2011.v5.20893
Journal volume & issue
Vol. 5, no. 1

Abstract

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Refletir sobre a linguagem, entendida como um campo de luta pela hegemonia político-cultural. A partir de uma perspectiva teórica de inspiração gramsciana, pretende-se mostrar que o procedimento típico da hegemonia burguesa é a subordinação das falas populares ao discurso monológico oficial (M. Bakhtin). Mostrase, em contrapartida, que a organização de uma cultura contrahegemônica envolve esforço de historização daquilo que se impõe, ideologicamente, como uma verdade eterna. Nessa perspectiva, analisa-se um episódio de grande repercussão mundial, envolvendo um representante emblemático do que se pode chamar de “monopólio da fala”: o locutor de programas esportivos Galvão Bueno. Busca-se identificar, na resistência popular a seu discurso, uma fala carnavalizante que zomba da ordem dominante e das idéias cristalizadas.

Keywords