Cadernos de Saúde Coletiva (Dec 2024)
Transtorno depressivo maior e risco de suicídio associado à inatividade física entre mulheres afrodescendentes quilombolas
Abstract
Resumo Introdução A depressão e o risco de suicídio constituem graves preocupações de saúde mental que afetam de forma intensa populações vulneráveis, como as comunidades quilombolas. Embora a prática de atividade física seja amplamente reconhecida por seus benefícios na prevenção e manejo da depressão, ainda são escassos os estudos que abordem de maneira específica as particularidades dessa população. Objetivo O objetivo deste estudo é analisar a associação do transtorno depressivo maior (TDM) e risco de suicídio (RS) com a prática de atividade física de mulheres quilombolas. Método Trata-se de um estudo transversal, de abordagem domiciliar, em comunidades quilombolas no Rio Grande do Sul. A presença atual de TDM e RS foi verificada através do instrumento International Neuropsychiatric Interview (MINI). A prática de atividades física foi obtida pelo International Physical Activity Questionnaire (IPAQ). Resultados Participaram do estudo 178 mulheres quilombolas, das quais 14,6% foram diagnosticadas com depressão e 23,0% apresentaram risco de suicídio. As mulheres que apresentaram depressão com risco de suicídio tinham tempo de atividade física significativamente menor em relação às mulheres que não apresentaram tais diagnósticos. Na análise multivariada, a inatividade física continuou associada à depressão (RP 1.90 IC95% 1.13-3.21) e ao risco de suicídio (RP 1,92 IC95% 1.03-3.57). Conclusão O presente estudo evidencia maior prevalência de indicadores de depressão e risco de suicídio para as mulheres inativas. A inclusão de estratégias de atividade física pode contribuir para reduzir a vulnerabilidade, reduzir os sintomas depressivos e prevenir a carga de suicídio entre as mulheres quilombolas.
Keywords