Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Apr 1996)

O Projeto Queixadinha: a morbidade e o controle da esquistossomose em área endêmica no nordeste de Minas Gerais, Brasil

  • José Roberto Lambertucci,
  • Rogério Gerspacher-Lara,
  • Rogério A. Pinto-Silva,
  • Márcia M. Barbosa,
  • Rosângela Teixeira,
  • Helena Facury Barbosa,
  • José Carlos Serufo,
  • Dilermando Fazito Rezende,
  • Sandra Costa Drummond,
  • Abdunnabi A.M. Rayes

DOI
https://doi.org/10.1590/S0037-86821996000200005
Journal volume & issue
Vol. 29, no. 2
pp. 127 – 135

Abstract

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Nos últimos cinco anos, em uma área endêmica para esquistossomose no nordeste de Minas Gerais, 561 indivíduos submeteram-se a exames clínico, laboratoriais, ultra-sonografia abdominal e dopplerecocardtografia visando definir a morbidade da doença antes e após o tratamento. Revelaram-se altas a prevalência de esquistossomose (66,3%) e de formas graves (9,5% com baço palpável). A prevalência de indivíduos sem fibrose hepática e com fibrose teve, moderada e intensa ao ultra-som foi de 46,0%, 19,6%, 27,6%) e 6,8%, respectivamente. Vinte um (39,6%:) de 53 indivíduos com baço palpável não apresentavam fibrose periportal ao ultrasom. Linfonodos periportais foram identificados em 33,8% dos indivíduos examinados e anticorpos anti-KLH no soro de 40,7%,. Observaram-se alterações urinárias compatíveis com glomerulopatia esquistossamótica em 4,5% da população e 11,7% apresentavam achados dopplerecocardiográficos de hipertensão pulmonar. Doze meses após o tratamento da esquistossomose, a prevalência da doença reduziu-se de 66,3% para 25,0%. Em Queixadinha, um perfil da morbidade da doença e de sua evolução após o tratamento começa a ser delineado.

Keywords