ArtCultura (Nov 2016)
As revoluções do Álbum branco: vanguardismo, Nova Esquerda e música pop
Abstract
O Álbum branco dos Beatles pode ser entendido, simultânea e paradoxalmente, como um desdobramento e uma negação do trabalho anterior do grupo inglês (Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band). Neste artigo, tal disco é analisado como materialização de uma estrutura de sentimento em reconfiguraç ão, tanto em relação à economia estética que apresentou – desde a sua capa até as canções (facilitando sua leitura em função de uma aproximação de repertórios) –, quanto à dualidade dos registros de “Revolution” (1 e 9). Enquanto a primeira evidencia um posicionamento comedido musicalmente e de indefinição política, a segunda contém experimentos estéticos diferenciados relativos à letra e música segundo os padrões da música pop, inclusive em comparação com outras canções experimentais dos Beatles. De acordo com essa perspectiva de análise, “Revolution 9” englobaria uma aproximação com as vanguardas europeias ao mesmo tempo em que manteria elementos da música popular. Palavras-chave: The Beatles; Álbum branco; rock