Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

PREVALÊNCIA DA LESÃO RENAL AGUDA (LRA) NOS PACIENTES INFECTADOS COM COVID-19

  • Yuri Leite Eloy

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 102933

Abstract

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Introdução/Objetivo: A doença renal em pacientes com COVID-19 pode se manifestar como IRA (insuficiência renal aguda), hematúria ou proteinúria e pressagia um maior risco de mortalidade. O objetivo do estudo é avaliar a prevalência da lesão renal aguda (LRA) através do escore AKI (Acute Kidney Injury) em pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 no período de abril/2020 a janeiro/2021 utilizando uma amostra de 30 pacientes adultos, identificando: pacientes com covid-19 que desenvolveram lesão renal aguda (leve, moderada e grave), presença de comorbidades que corroboram para desenvolvimento da LRA, frequência de pacientes com aumento de ureia e creatinina. Métodos: Realizado um estudo de analítico retrospectivo através da revisão de prontuários de indivíduos adultos internados na enfermaria do Complexo Hospitalar de Doenças infectocontagiosas Dr. Clementino Fraga com diagnóstico de COVID-19 leve e moderado, confirmado pela técnica RT-PCR e sorologia (IgM / IgG) com TC de Tórax com padrão vidro fosco. Os dados foram coletados e tabulados em uma planilha do Microsoft Excel e analisados no Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 24.0 para Windows. As variáveis foram analisadas por meio da estatística descritiva considerando as frequências absolutas e relativas para variáveis categóricas, e medidas de tendência central e dispersão para variáveis intervalares. Foi investigada também a possível associação entre a doença renal aguda e algumas comorbidades citadas através do teste Qui Quadrado; e, por fim, foi utilizado o teste de correlação de Pearson para avaliar a relação entre os níveis de ureia e creatinina e os níveis séricos de proteína C reativa (PCR). Ambos os testes considerando o nível de significância de 5%. Resultados: Através dos dados obtidos, foi constatada a presença da LRA grau I em 20 (66,7%) dos pacientes, sendo 5 com fatores de risco (Hipertensão arterial sistêmica e Diabetes Mellitus) e grau III em apenas 1 (3,3%) deles. Os demais 9 (30,0%) não apresentaram alterações dos níveis de creatinina. Conclusão: Levando-se em consideração a homogeneidade da amostra: infecção em pacientes com quadro leve a moderado, excluindo graves e críticos, perfil similar de assistência clínica e medicamentosa reforça a hipótese de mecanismos fisiopatogênicos relacionados a infecção pelo SARS-CoV-2 como: citotoxicidade direta no túbulo renal proximal e/ou inflamatória com formação de microtrombos (coagulopatia associada a COVID-19 - CAC).

Keywords