Revista Brasileira de Zootecnia (Apr 2009)

Uréia em suplementos protéico-energéticos para bovinos de corte durante o período da seca: características nutricionais e ruminais Urea in protein-energy supplements for beef cattle during the dry season: nutritional and ruminal traits

  • Eduardo Henrique Bevitori Kling de Moraes,
  • Mário Fonseca Paulino,
  • Kamila Andreatta Kling de Moraes,
  • Sebastião de Campos Valadares Filho,
  • Joanis Tilemahos Zervoudakis,
  • Edenio Detmann

DOI
https://doi.org/10.1590/S1516-35982009000400025
Journal volume & issue
Vol. 38, no. 4
pp. 770 – 777

Abstract

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Objetivou-se avaliar o consumo, a digestibilidade, o pH e a concentração de amônia do líquido ruminal, a concentração de nitrogênio sérico e urinário e a síntese microbiana em novilhos recebendo suplemento durante o período da seca. Utilizaram-se quatro novilhos mestiços Zebu × Holandês, castrados, com peso médio inicial de 430 kg, fistulados no esôfago, rúmen e abomaso e distribuídos em quatro piquetes de Brachiaria decumbens, cada um com 0,40 ha. Cada animal recebeu 4,0 kg/dia de suplemento, constituído de milho moído, farelo de algodão, mistura mineral e uréia/sulfato de amônia em quatro níveis (0; 1,2; 2,4 e 3,6% na matéria natural). Os consumos de matéria seca total, 2,0% (10,9 kg/dia), e de pasto, 2,3% (7,1 kg/dia), matéria orgânica, 2,2% (9,7 kg/dia), matéria orgânica do pasto, 2,3% (6,3 kg/dia), proteína bruta, 1,9% (1,3 kg/dia), extrato etéreo, 3,6% (0,4 kg/dia), fibra em detergente neutro, 1,9% (5,8 kg/dia), carboidratos totais, 2,3% (8,2 kg/dia), e carboidratos não-fibrosos, 2,9% (4,1 kg/dia), foram influenciados de forma quadrática pelos níveis de uréia nos suplementos. Apenas a digestibilidade total da matéria orgânica foi afetada, de forma linear positiva, pelos níveis de uréia no suplemento. Não foram observados efeitos dos níveis de uréia no suplemento sobre o pH ruminal, entretanto as concentrações de amônia aumentaram linearmente de acordo com os níveis de uréia, ocasionando aumento linear na excreção de nitrogênio sérico e urinário. A eficiência microbiana, em qualquer forma de expressão, não diferiu entre os níveis de uréia.Four Zebu × Holstein steers were fistulated in rumen, abomasums and esophagus, with 430 kg of live weight grazing in four paddocks of Brachiaria decumbens (.40 ha), feed supplements were used to evaluate intake, digestibility, pH and ammonia ruminal concentration, nitrogen in serum and urine and microbial yield. The animals received 4.0 kg/animal/day of supplement based on grounded corn grain, cottonseed meal, mineral mix (MM), ammonium sulfate and urea in four levels (0, 1.2, 2.4 and 3.6%) as fed basis. The intake of total (TDM) and pasture (DMP) dry matter, organic matter (OM), OM from pasture, crude protein (CP), ether extract (EE), neutral detergent fiber (NDF), total carbohydrate (TO) and non-fiber carbohydrate (NFC) presented quadratic behavior. The maximum responses on the urea levels were: 2.0% (10.9 kg/day), 2.3% (7.1 kg/day), 2.2% (9.7 kg/day), 2.3% (6.3 kg/day), 1.9% (1.3 kg/day), 3.6% (0.4 kg/day), 1.9% (5.8 kg/day), 2.3% (8.2 kg/day) and 2.9% (4.1 kg/day), respectively, for TDM, DMP, OM, OMP, CP, EE, NFD, TC and NFC. The OM digestibility was affected with a linear behavior. No differences were observed for the pH values. However, ammonia concentration increased linearly as the urea level in the supplement increased. The urea level in supplement increased linearly the nitrogen in serum and urinary excretion of nitrogen from urea. No effect from the urea level on the microbial efficiency, expressed by different forms, was observed.

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