Cadernos de Saúde Pública (Jan 2022)

Prevenção e controle da febre amarela: avaliação de ações de vigilância em área indene no Brasil

  • Caroline Gava,
  • Theresa Cristina Cardoso da Silva,
  • Danielle Grillo Pacheco Lyra,
  • Karla Spandl Ardisson,
  • Clemilda Soares Marques,
  • Gilton Luiz Almada,
  • Luana Morati Campos Corrêa,
  • Priscila Carminati Siqueira,
  • Gilsa Aparecida Pimenta Rodrigues,
  • Lenildo de Moura,
  • Oswaldo Gonçalves Cruz,
  • Ethel Leonor Noia Maciel,
  • Luiz Antonio Bastos Camacho

DOI
https://doi.org/10.1590/0102-311x00000521
Journal volume & issue
Vol. 38, no. 1

Abstract

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A partir da reemergência da febre amarela em 2014/2015, o Brasil registrou nos anos sequentes sua maior epidemia de febre amarela das últimas décadas, atingindo principalmente a região sudeste. A febre amarela, doença viral hemorrágica, é causada por um flavivírus, transmitido por mosquitos silvestres (Haemagogus; Sabethes). Na ocorrência do ciclo urbano, erradicado no Brasil desde 1942, a transmissão se dá pelo Aedes aegypti. Primatas não humanos são os principais hospedeiros do vírus e constituem “sentinelas” na vigilância da febre amarela. Este artigo descreve as ações de controle e prevenção desencadeadas durante a epidemia de febre amarela no Estado do Espírito Santo, Brasil, e a implementação da vacinação por meio de um estudo ecológico com abordagem espacial. O estudo evidenciou a falha na detecção de epizootias em primatas não humanos pelos serviços de vigilância do Espírito Santo, sendo simultânea à detecção em humanos. Apresentou a evolução das ações de vacinação, com alcance de 85% de cobertura vacinal geral para o estado em seis meses, sendo heterogênea entre os municípios (de 59% a 122%). Destaca-se que 55% dos municípios com ações de imunização em tempo oportuno, considerando o intervalo adotado para este estudo, não apresentaram casos em humanos. A intensificação das ações de vigilância, interlocução entre as áreas e equipes multidisciplinares na condução da epidemia otimizou a detecção e o diagnóstico dos casos em humanos e viabilizou o controle da epidemia. Foi possível reconhecer avanços, apontar algumas medidas tardias e lacunas na vigilância que necessitam melhorias.

Keywords