Zero-a-seis (Oct 2022)

“Manoelês” e a desfunção da infância lírica: experiência estética da costura de outras infâncias possíveis

  • Helena Almeida e Silva Sampaio,
  • Celso Kraemer

DOI
https://doi.org/10.5007/1980-4512.2022.e83880
Journal volume & issue
Vol. 24, no. 46

Abstract

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Neste artigo, insiste-se na palavra “infância”, não para definir um (novo) verdadeiro e derradeiro sentido, mas para pensar como resistir a uma infância que modela e emoldura a criança; como redobrar a força criadora do “devir-criança” sobre a própria noção de infância. Para tanto, lança-se mão da escrita e da costura como estratégias de criação de uma “máquina de guerra”, o “Manoelês”, como forma de “desterritorialização” do conceito de infância. Com o uso de costuras, linhas e fios, em um devir-artesã da pesquisadora na produção de conhecimento, faz-se a palavra “infância” perambular, bordando-a sobre excertos da poesia de Manoel de Barros, e criando uma “zona autônoma temporária” de experiência e sentido. A costura e a escrita abrem assim espaço para pensar-se uma ética/estética “crianceira” – não uma ética/estética da ou para a criança, mas uma ética que faz da criança um modo de “desformar” o educador.

Keywords