Trans/Form/Ação (Jul 2022)

Morte impune, luto proibido

  • Reginaldo Oliveira Silva

DOI
https://doi.org/10.1590/0101-3173.2020.v43n3.25.p339
Journal volume & issue
Vol. 43, no. 3

Abstract

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Giorgio Agamben tece a genealogia da “vida nua”, no percurso que vai do homo sacer ao Muselmann, do primeiro paradigma da política ocidental à fabricação do morto-vivo em Auschwitz, como vida insacrificável e impunemente matável. Judith Butler segue argumento semelhante ao desenvolver o conceito de “vida precária”, com o qual problematiza a seperação entre vulnerabilidade universal e formas de produção da precariedade, a distinção entre vidas cujas perdas importam e as indignas de pranto e luto. A finalidade deste artigo consiste em aproximar as concepções dos dois autores, sob a hipótese de que em ambos trata-se da fabricação de vidas matáveis, sobre as quais pesa a proibição do luto.

Keywords