Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Dec 2012)

O conduto valvulado bovino contegra, um biomaterial para o tratamento cirúrgico de cardiopatias congênitas The contegra valved bovine conduit: a biomaterial for the surgical treatment of congenital heart defects

  • Shi-Min Yuan

Journal volume & issue
Vol. 99, no. 6
pp. 1159 – 1166

Abstract

Read online

O Contegra, um enxerto de veia jugular bovina, tem sido amplamente utilizado como biomaterial de preferência no tratamento cirúrgico das cardiopatias congênitas, especialmente como um conduto para a reconstrução da via de saída ventricular direita. Este artigo tem como objetivo fazer uma revisão abrangente sobre os desfechos clínicos do Contegra. Foram recuperados, coletados e analisados, relatos de Contegra publicados desde 2002. Havia 1.718 Contegra, aplicados em 1.705 pacientes. Os tamanhos dos condutos foram de 8-22 mm. As idades dos pacientes foram de recém-nascidos até 74,5 anos, com prevalência de pacientes pediátricos. O diagnóstico primário foi cardiopatia congênita em todos os casos, sendo os três diagnósticos principais: tetralogia de Fallot, tronco arterioso e atresia pulmonar, que representaram 25,6%, 16,7% e 13,1%, respectivamente. O Contegra foi utilizado como enxerto tubular na posição pulmonar em 1635 (95,9%) pacientes, como remendo monocúspide em 12 (0,7%), como enxerto na posição da valva pulmonar ou monocúspide em 40 (2,3%), e, como conduto artéria pulmonar-veia cava inferior na operação de Fontan, em 18 (1,1%) pacientes, respectivamente. O reimplante de conduto foi realizado em 141 (8,3%) pacientes, 33,8 ± 37 (8,6-106,8) meses após a inserção do conduto inicial. A plástica do conduto foi necessária em seis (0,4%) e a reintervenção em 83 (4,9%) dos pacientes. As indicações do reimplante do conduto incluíram estenose importante da anastomose distal, pseudoaneurisma da anastomose proximal e regurgitação importante do conduto. Quanto ao bom desempenho, disponibilidade e longevidade, o Contegra é um biomaterial adequado para a reconstrução da via de saída ventricular direita e como remendo para reparo de comunicação interventricular, mas não é apto para a operação de Fontan.Contegra, a bovine jugular vein graft, has been widely used as a preferable biomaterial in the surgical treatment of congenital heart defects, especially as a conduit for the right ventricular outflow tract reconstruction. This article aims to make a comprehensive review on the clinical outcomes of Contegra. Reports of Contegra published since 2002 were comprehensively retrieved, collected and analyzed. There were 1718 Contegra, applied in 1705 patients. The sizes of the conduits were 8-22 mm. The patients aged from newborn to 74.5 years, prevailed by pediatrics. The primary diagnosis was congenital heart defects in all cases, with Tetralogy of Fallot, truncus arteriosus and pulmonary atresia being the first three diagnoses, representing 25.6%, 16.7%, and 13.1%, respectively. Contegra was used as a tube graft in the pulmonary position in 1635 (95.9%) patients, as a monocuspid patch in 12 (0.7%), as a graft in the position of the pulmonary valve or a monocusps in 40 (2.3%), and as an inferior vena cava-pulmonary artery conduit in the Fontan procedure in 18 (1.1%) patients, respectively. Conduit reimplantation was performed in 141 (8.3%) patients 33.8 ± 37 (8.6-106.8) months after the initial conduit insertion. Conduit plasty was necessary in 6 (0.4%), and reintervention in 83 (4.9%) patients. Indications for conduit reimplantation included severe stenosis of the distal anastomosis, pseudoaneurysm of the proximal anastomosis and severe conduit regurgitation. As for the good performance, availability and longevity, Contegra is a biomaterial suitable for the right ventricular outflow tract reconstruction and for patch repair for ventricular septal defect, but not apt for Fontan procedure.

Keywords