Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

COMPARAÇÃO ENTRE CHANCE DE SOBREVIDA EM PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE E LINFOBLÁSTICA AGUDAS EM PACIENTES TRATADOS PARA INFECÇÃO FÚNGICA INVASIVA

  • IL Pontes,
  • MS Cidrão,
  • JBSC Cidrão,
  • GM Oliveira,
  • FM Cunha,
  • DS Oliveira,
  • FAC Silva,
  • KMC Albuquerque,
  • LA Gurgel,
  • RM Ribeiro

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S286 – S287

Abstract

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Introdução/Objetivos: Durante o tratamento com agentes quimioterápicos intensivos, é comum períodos prolongados de neutropenia profunda cuja contagem absoluta de neutrófilos menor que 100/mm3, culminando no maior risco de infecções fúngicas invasivas (IFI). Essas infecções têm potencial elevado de complicações, especialmente, pela piora respiratória que pode ocorrer em fases avançadas de aspergilose ou mucormicose. Ademais, o acometimento de vias aéreas inferiores pode estar associado a um maior risco de de lesões graves e complicações locais, como tromboses micóticas e lesões em sistema nervoso central por contiguidade. Desse modo, expondo a necessidade de uma avaliação do impacto na sobrevida de pacientes com leucemia aguda que apresentaram IFI. Material e métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo, utilizando dados dos internamentos de pacientes na unidade Hematologia do Hospital Geral de Fortaleza do período de 03/08/2015 a 19/07/2023. Foram avaliados pacientes com leucemia mieloide aguda, leucemia linfoblástica aguda e leucemia promielocítica aguda. A avaliação de infecção fúngica invasiva (IFI) foi baseada em diagnóstico preemptivo através de estudos de imagem ou de amostra tissulares. Os dados foram expressos em termos de mediana (intervalo interquartil - IQR). Foram utilizados testes não-paramétricos para avaliação de variáveis não pareadas. Para a avaliação de chance de sobrevida foi utilizado o método de Kaplan-Meier, bem como modelo de regressão de Cox. Foram considerados estatisticamente significativos valores de p-valor < 0,05. Resultados: No período avaliado, foram investigados 141 pacientes, dos quais 45,4% eram diagnosticados com leucemia mieloide aguda, 15,6% com leucemia promielocítica aguda, 39% com leucemia linfoblástica aguda. Houve 16,3% de pacientes manejados como portadores de infecção fúngica invasiva através de exames de imagem ou biópsia tissular. Não ocorreu diferença estatisticamente significativa entre as chances de sobrevida em pacientes com IFI (mediana de OS 16,9 meses) nessa análise. Discussão: Pela dificuldade de acesso a testes diagnósticos séricos, como o exame de galactomanana, o diagnóstico é feito baseado em estudo de imagem ou em amostra tissular, quando possível. Desse modo, o uso do medicamento antifúngico foi feito segundo a presença de marcadores tardios de lesão fúngica invasiva. Nos pacientes estudados, não houve amostras tissulares compatíveis com zigomicose. Conclusão: Apesar da ausência de diferença em chance de sobrevida entre os pacientes do estudo com IFI e aqueles que não apresentaram tal intercorrência, sabe-se da elevada morbimortalidade associada a tais infecções em paciente seguindo protocolo de quimioterapia intensiva. Desse modo, faz-se necessária a maior disponibilidade de testes diagnóstico para IFI, viabilizando tratamento precoce e consequente redução do período de internação, melhorando o manejo desse grupo de pacientes, como também direcionar mais adequadamente o uso de medicamentos com potencial toxicidade.