Machado de Assis em Linha (Aug 2023)

TRADUÇÃO E/COMO SOFT POWER: LITERATURA LATINO-AMERICANA NOS EUA DURANTE A GUERRA FRIA*

  • DEBORAH COHN

DOI
https://doi.org/10.1590/1983-682120231618pt
Journal volume & issue
Vol. 16

Abstract

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Resumo Este ensaio trata do crescimento do campo de traduções da literatura latino-americana nos EUA no período compreendido entre a Segunda Guerra Mundial e a década de 1970. Em particular, mostra como agentes privados - editoras, tradutores e organizações filantrópicas, por exemplo - estrategicamente impulsionaram a tradução da literatura da região como uma forma de diplomacia do livro, em que as publicações são subsidiadas, traduzidas e divulgadas como meio de estabelecer uma relação de boa vontade com seus autores e defensores e, em última análise, com seus compatriotas latino-americanos. Começo examinando os esforços do editor Alfred A. Knopf para traduzir a literatura latino-americana, ao mesmo tempo em que exploro os esforços de tradução e diplomacia cultural de Harriet de Onís, principal tradutora de Knopf para o espanhol e o português de 1950 até o final dos anos 1960. Posteriormente, discuto dois programas de subsídio à tradução das décadas de 1960 e 1970, criados por diferentes programas de filantropia da Fundação Rockefeller com o objetivo de apresentar os EUA e o sistema democrático de forma positiva aos escritores latino-americanos em uma época de fervor revolucionário e forte antiamericanismo na região. Em ambos os casos, a literatura e os autores brasileiros - incluindo, é claro, Machado de Assis - desempenham um papel de destaque. Concluo com uma breve discussão sobre como o movimento de traduzir Machado de Assis para o inglês nos EUA no início dos anos 1950 se encaixa, ou não, nesse panorama mais amplo.

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