Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Oct 2005)

Fatores prognósticos de sobrevida pós-reanimação cardiorrespiratória cerebral em hospital geral In-hospital post-cardiopulmonary-cerebral resuscitation survival prognostic factors

  • André Mansur de Carvalho Guanaes Gomes,
  • Ari Timerman,
  • Carlos Alfredo Marcílio de Souza,
  • Carlos Maurício Cardeal Mendes,
  • Heitor Portella Póvoas Filho,
  • Adriano Martins de Oliveira,
  • José Antonio de Almeida Souza

DOI
https://doi.org/10.1590/S0066-782X2005001700006
Journal volume & issue
Vol. 85, no. 4
pp. 262 – 271

Abstract

Read online

OBJETIVO: Analisar as características clínicas e demográficas dos pacientes que receberam reanimação cardiorrespiratória e detectar fatores prognósticos de sobrevivência a curto e longo prazo. MÉTODOS: Analisamos, prospectivamente, 452 pacientes que receberam reanimação em hospitais gerais de Salvador. Utilizou-se análise uni, bivariada e estratificada nas associações entre as variáveis e a curva de sobrevida de Kaplan-Meier e a regressão de Cox para análise de nove anos de evolução. RESULTADOS: A idade variou de 14 a 93 anos, media de 54,11 anos; predominou o sexo masculino; metade dos pacientes tinha ao menos uma doença de base, enfermidade cardiovascular foi etiologia responsável em metade dos casos. Parada cardíaca foi testemunhada em 77% dos casos e em apenas 69% dos pacientes foi iniciada imediatamente a reanimação. O ritmo cardíaco inicial não foi diagnosticado em 59% dos pacientes. Assistolia foi o ritmo mais freqüente (42%), seguida de arritmia ventricular (35%). A sobrevida imediata foi de 24% e sobrevida à alta hospitalar de 5%. Foram identificados como fatores prognósticos em curto prazo: etiologia da parada; diagnóstico do ritmo cardíaco inicial; fibrilação ou taquicardia ventricular como mecanismo de parada; tempo estimado préreanimação menor ou igual a 5 minutos e, tempo de reanimação menor ou igual a 15 minutos. Os fatores prognósticos de sobrevivência em nove anos de evolução foram: não ter recebido epinefrina; ser reanimado em hospital privado e tempo de reanimação menor ou igual a 15 minutos. CONCLUSÃO: Os dados observados podem servir de subsídios para os profissionais de saúde decidir quando iniciar ou parar uma reanimação no ambiente hospitalar.OBJECTIVE: To assess clinical and demographic characteristics of patients who had cardiopulmonary resuscitation and identify short- and long-term survival prognostic factors. METHODS: Four hundred and fifty-two (452) resuscitated patients in general hospitals from Salvador were prospectively assessed through bivariate and stratified analysis in associations between variables and survival curve for a nine-year evolution assessment. RESULTS: Age ranged from 14 to 93 years old, mean of 54.11 years old. Male gender patients prevailed and half of them had at least a base disease. Cardiovascular disease was the responsible etiology in 50% of cases. Cardiac arrest was observed in 77% of cases and only 69% of patients were immediately resuscitated. Initial cardiac rhythm was not diagnosed in 59% of patients. Asystole was the most frequent rhythm (42%), followed by ventricular arrhythmia (35%). Immediate survival was 24% and hospital discharge survival 5%. Cardiac arrest etiology, initial cardiac rhythm diagnosis, ventricular fibrillation or tachycardia as arrest mechanism, pre-resuscitation estimated time lower than or equal to 15 minutes and resuscitation time lower than or equal to 5 minutes were recognized as short-term prognostic factors. Non-administration of epinephrine, being resuscitated in private hospital and resuscitation time lower than or equal to 15 minutes were nine-year evolution survival prognostic factors. CONCLUSION: Data may help healthcare professionals decide when start or stop in-hospital resuscitation.

Keywords