Revista de Filosofia (May 2009)

WITTGENSTEIN E AS SUPOSTAS POSSE PRIVADA E PRIVACIDADE EPISTÊMICA DA EXPERIÊNCIA

  • Mirian Donat

DOI
https://doi.org/10.7213/rfa.v21i29.2605
Journal volume & issue
Vol. 21, no. 29
pp. 437 – 453

Abstract

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Este artigo apresenta a discussão e a crítica de Wittgenstein a respeito de dois pressupostos relativos à experiência subjetiva: por um lado a noção de que o sujeito tem acesso privilegiado àquilo que lhe é interno, que se desdobra na ideia da posse privada da experiência, em que estas são compreendidas como objetos internos que são possuídos e acessados pelo próprio sujeito e, por outro lado, a noção da privacidade epistêmica da experiência, segundo a qual somente o próprio sujeito pode ter conhecimento de suas experiências, ao passo que um outro poderia apenas fazer suposições a respeito delas. Segundo Wittgenstein, estas noções são resultado de uma confusão entre dois jogos de linguagem distintos: o jogo de linguagem das descrições e o jogo de linguagem das exteriorizações. Assim sendo, a solução do problema passa pelo esclarecimento do uso dos termos relativos às experiências subjetivas nos jogos de linguagem dos quais tomam parte.