Revista Brasileira de Anestesiologia (Apr 2014)
Considerações anestésicas para cistectomia robótica: estudo prospectivo
Abstract
Experiência e objetivos: a cistectomia robótica vem rapidamente se tornando parte do repertório cirúrgico de rotina para o tratamento do câncer de próstata. Nosso objetivo foi descrever os desafios respiratórios e hemodinâmicos e as complicações observadas em pacientes de cistectomia robótica. Pacientes: foram prospectivamente recrutados 16 pacientes tratados com cistectomia robótica entre dezembro de 2009 e janeiro de 2011. As medidas de desfecho primário foram monitoração não invasiva, monitoração invasiva e análise de gases sangüíneos feita nas posições supina (T0), Trendelenburg (T1), Trendelenburg + pneumoperitônio (T2), Trendelenburg antes da dessuflação (T3), Trendelenburg depois da dessuflacão (T4) e supina (T5). Resultados: houve diferencas significativas entre T0 - T1 e T0 - T2 com frequências cardíacas mais baixas. O valor médio para a pressão arterial em T1 foi significativamente mais baixo do que em T0. O valor da pressão venosa central foi significativamente mais elevado em T1, T2, T3 e T4 versus T0. Não foi observada diferença significativa no valor de PET-CO2 em qualquer ponto temporal, em comparação com T0. Também não foram notadas diferenças significativas na frequência respiratória em qualquer ponto temporal, em comparação com T0. Os valores médios de ƒ em T3, T4 e T5 foram significativamente mais elevados versus T0. A ventilação minuto média em T4 e T5 foi significativamente mais elevada versus T0. As pressões de platô e de pico médias em T1, T2, T3, T4 e T5 foram significativamente mais elevadas versus T0. Conclusões: embora a maioria dos pacientes geralmente tolere satisfatoriamente a cistectomia robótica e perceba os benefícios, os anestesiologistas devem levar em consideração as mudanças no sistema cardiopulmonar ocorrentes quando os pacientes são colocados na posição de Trendelenburg e ao ser criado um pneumoperitônio.
Keywords