Brazilian Journal of Infectious Diseases (Jan 2022)

TRATAMENTO DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR COM ANTIMONIATO DE MEGLUMINA INTRALESIONAL EM UM MUNICÍPIO DA AMAZÔNIA LEGAL

  • Rhélrison Bragança Carneiro,
  • Isabely Pereira Sanches,
  • Arthur Mendes Valentim,
  • Jessíca Reco Cruz,
  • Luis Esteban Comas Vazquez,
  • Mariana Kely Diniz Gomes de Lima,
  • Maiky José de Oliveira

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 101773

Abstract

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Introdução/Objetivo: A aplicação intralesional (IL) de antimoniato de meglumina (AM) para o tratamento da leishmaniose tegumentar (LT) foi adotada pelo Ministério da Saúde em 2017 como alternativa à terapia intravenosa para os pacientes com a forma cutânea localizada (LCL) e recidiva cútis (LRC) da doença. A aplicação IL ocorre na dosagem de 5 mL do AM, por via subcutânea, na base da lesão. O esquema pode ser repetido três vezes com intervalos de 15 dias. A presente pesquisa tem por objetivo avaliar os desfechos clínicos do AM IL para o tratamento da LT em pacientes atendidos no serviço especializado de um município da Amazônia legal. Métodos: Estudo observacional, descritivo, quantitativo e retrospectivo no qual é avaliado o tratamento da LT com AM IL realizado no município de Cacoal-RO entre o mês de outubro de 2018 e dezembro de 2020. Os dados foram obtidos por meio de prontuário médico, sendo incluídos os pacientes diagnosticados com a forma LCL e LRC que realizaram a terapia com AM IL e excluídos os indivíduos que apresentaram as demais formas clínicas e/ou que foram submetidos a outros tratamentos. Os dados foram lançados em sistema de planilhas eletrônicas, sendo, posteriormente, aplicados ao método de análise estatística descritiva simples. O estudo foi apreciado e aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa conforme o parecer de número 4.811.674. Resultados: No período amostral analisado, um total de 45 pacientes foram tratados com o AM IL no serviço. Desses, 95,56% (43) deram entrada com a forma LCL e 4,44% (2) com LRC. Quanto ao desfecho dos pacientes tratados, 88,89% (40) evoluíram com cura clínica e 11,11% (5) não responderam à terapêutica, desenvolvendo recidiva da lesão. Dos pacientes curados, 5% (2) obtiveram epitelização completa após a primeira aplicação, 35% (14) após a segunda aplicação e 60% (24) após a terceira aplicação de AM IL. Neste estudo, não foram relatados efeitos adversos sistêmicos ao medicamento. Conclusão: Com base nos dados obtidos pela pesquisa, observou-se que a terapia IL com AM apresentou resultados satisfatórios com o esquema de três aplicações o que pode ser constatado pela alta taxa de epitelização das lesões tratadas no serviço.