Revista Brasileira de Cancerologia (Mar 2002)
MIB 1 e p53 em lesões penianas escamosas intraepiteliais e invasoras; relações com o virus do papiloma humano (HPV)
Abstract
O objetivo deste estudo foi investigar o índice de proliferação celular (MIB-1) e a expressão de p53 em 24 carcinomas escamosos invasores (CEC), 7 lesões de alto grau (LIMAG) e 11 de baixo grau (LIMBG) do pênis, segundo a idade. Além do percentual, MIB1 e p53 foram avaliados por escores (baixos, de 1 a 5 e altos, de 6 a 9) segundo o grau de dispersão (1 a 3) de núcleos marcados versus intensidade da reação (1 a 3). A presença do HPV foi estimada pelos sinetes citohistopatológicos em todos os casos e, em 20 CEC, por hibridização in situ com sonda de amplo espectro. Resultados: a idade média (anos) foi de 62,3 nos CEC, de 41,6 nas LIMAG e 33,2 nas LIMBG. MIB1 foi expresso em 46,1% (LIMAG), 34,5% (CEC) e 13,3% (LIMBG). A p53 mostrou -se expressa nas LIMBG (90,9%), nos CEC (70,9% ) e nas LIMAG (57,1%). Todavia, os escores mais altos de MIB1 e de p53 (6 a 9) predominaram nos carcinomas e nas lesões de alto grau. Os sinetes associados ao HPV foram vistos em 100% das LIMAG, 87% dos CEC e 72,7% das LIMBG. O DNA do HPV foi detectado em 30% dos CEC (6/20). Conclusões: a p53 e o MIB1 mostraram-se avaliadores independentes, mais relacionados à gravidade da lesão; não houve relação significativa entre idade, p53 e MIB1. As lesões intraepiteliais ocorreram em faixas etárias semelhantes às descritas para a vulva e o colo uterino; todavia, o carcinoma peniano é mais tardio. Houve nítida associação com os sinetes de HPV porém a HIS mostrou baixa sensibilidade nos CEC (30%). O incremento dos escores de p53 com o grau da lesão sugere que de início há acúmulo por hiperfunção e inibição (pelas proteínas do HPV),as mutações ocorrendo durante a progressão. Já o MIB1 evidenciou que papilomas podem ter escores altos e CEC escores baixos (mormente os verrucosos, de comportamento mais loco-regional)
Keywords