Ágora (Feb 2019)
M. F. Silva, M. C. Fialho, J. L. O. Brandão, (Eds). (2016). Livro do Tempo: Escritas e reescritas. Teatro Greco‐Latino e sua recepção. Vols. I e II. Coimbra — São Paulo: Imprensa da Universidade de Coimbra — Annablume. 379 + 466 pp.
Abstract
Os volumes em epígrafe, publicados na Coleção Humanitas Supplementum, apresentam 53 estudos de autores portugueses e estrangeiros, sobre uma temática duplicada — o teatro greco‐latino e a sua receção — de interesse reconhecido e muito atual, no domínio dos estudos clássicos, quer no panorama nacional como internacional. A decisão de dividir os numerosos estudos por dois volumes é explicada pelos coordenadores na “Apresentação”, colocada no início do Vol. I (p.15). Os critérios basearam‐se no facto de a multiplicidade de contributos se repartirem entre análises de textos do antigo teatro greco‐latino e estudos sobre a sua receção, num arco cronológico que se expande até aos nossos dias. Além do contributo específico trazido por cada um dos colaboradores, ressalta nos dois volumes uma convergência inabitual de diferentes tipos de abordagem — filológica, literária, dramática, comparatista, de receção, etc. — de peças e figuras da tragédia e comédia greco‐latinas, em que não foram descuradas questões de índole teatral. A amplitude de estudos focados no processo de reescrita ou reposição de peças antigas abrange diferentes épocas, se bem que a maior parte incida sobre a nossa contemporaneidade. Também de assinalar o mérito de o segundo volume congregar o contributo de investigadores seniores e juniores, num amplo leque de estudos de receção do teatro greco‐latino, que envolve sete países: Portugal, Espanha, América, Itália, França, Reino Unido. Assim, uma das maiores riquezas da obra reside, precisamente, na enorme pluralidade de perspetivas de análise adotadas, quer em relação aos textos clássicos, quer no diálogo incessante que se instituiu, ao longo dos séculos entre a tragédia e a comédia greco‐romanas e as literaturas do mundo ocidental, com especial predominância para as europeias e latino‐americanas. (...)