Revista Mundos do Trabalho (Jun 2016)
A “banalidade do mal” socioambiental na história da indústria carbonífera catarinense: acidentes, sofrimentos e mortes na segunda metade do século XX
Abstract
Este artigo aborda e problematiza o lugar dos acidentes fatais na história da indústria carbonífera de Santa Catarina. Lançamos uma luz reflexiva sobre os acidentes nas minas de carvão com o objetivo primordial de demonstrar a irracionalidade e radicalidade da “banalidade do mal” socioambiental no “progresso” da economia do carvão. Descrevemos as características peculiares do trabalho nas minas de carvão explicitando algumas representações registradas em obras clássicas da literatura ocidental. Coletamos dados e informações em fontes documentais e bibliográficas, mas não tivemos a preocupação de organizar, quantitativamente, um quadro geral dos acidentes ocorridos na evolução histórica do setor carbonífero catarinense. Com base no manejo de ferramentas conceituais provenientes de Hannah Arendt e Bertrand Russel, estabelecemos uma analogia entre “campo de concentração” e “campo de mineração”, “economia do carvão” e “economia de guerra”. Organizamos os resultados de nossa pesquisa em quatro campos de observação/reflexão: a economia do carvão como uma economia de guerra; a cultura do carvão na literatura ocidental; a “banalidade do mal” por detrás das estatísticas dos acidentes; e as notícias contemporâneas de acidentes nas minas de carvão.
Keywords