Psicologia: Reflexão e Crítica (Jan 2006)
Profissionais do sexo: sentidos produzidos no cotidiano de trabalho e aspectos relacionados ao HIV Sex professionals: HIV-related aspects and generating meanings in daily work
Abstract
Nesta pesquisa qualitativa foi analisado o processo de construção da subjetividade de nove profissionais do sexo entrevistadas, apreendendo o processo de produção de sentidos relacionados à contextualização do HIV em seu cotidiano de trabalho. Destas, quatro eram soropositivas. Foram identificados e analisados sete núcleos de significado (Família como desencadeadora e mantedora da atividade de profissional do sexo; Identidades diversas nos diferentes ambientes freqüentados: cisão trabalho x afetividade; Contradições vividas acerca do trabalho; AIDS como fator limitante dos prazeres em suas vidas e como empecilho para a continuidade do exercício de suas atividades; Fatores associados ao aumento da vulnerabilidade ao HIV; Serviço de Saúde como facilitador do processo de adesão ao tratamento e Entrevista como propiciadora de intervenções). Enquanto nas entrevistadas soronegativas predominaram sentimentos ambivalentes e contraditórios em relação à atividade, nas soropositivas foi observada uma polarização nos desprazeres desta atividade, inviabilizando sua continuidade após processo de adoecimento desencadeado pela AIDS.This qualitative research analyzes the construction process of subjectivity of nine sex professionals who have been interviewed, grasping the process of generating meanings in the context of HIV in their daily work. Amongst these nine women, four were HIV carriers. Seven nodes of signification were identified and analyzed (Family as an element that causes and maintains their activity as sex professionals; Varying identities in different frequented environments: separation of work from affectivity; Contradictions that were experienced concerning work; AIDS as a limiting factor for pleasure in their lives and as an impediment to continue to practice their activities; Factors associated with the increase of vulnerability to HIV; Health Care as a facilitator in the process of adhering to treatment and the Interview as an appeasing approach for interventions). While ambivalent and contradictory feelings predominated in the seronegatives who were interviewed, a polarization towards the displeasures of the activity was observed in the seropostives, making it unfeasible to continue such activity after becoming ill by AIDS.
Keywords