Revista de Morfologia Urbana (Jul 2017)
O urbano contemporâneo na fronteira de expansão do capital
Abstract
Este texto procura situar a cidade no contexto de transformações da Amazônia Oriental e identificar padrões morfológicos relacionados à concorrência de trajetórias de estruturação do espaço urbano: a urbano-industrial e a tradicional, destacando o potencial dos legados da última para a inovação no desenho e planejamento urbano. Padrões de ocupação e evolução de seis cidades localizadas em regiões sob intensas transformações após os anos 1970 são comparados para explicitar correspondências entre padrões morfológicos e processos socioeconômicos. A base de dados adotada foi gerada em pesquisas de campo realizadas entre 2012 e 2014, nas seis cidades em estudo no âmbito do projeto UrbisAmazônia. Os procedimentos metodológicos abrangem uma breve análise histórica, caracterização da estruturação espacial da cidade e principais eventos associados à expansão urbana nestas cidades, com destaque para a atuação dos setores público e privado. Nossa hipótese é a da configuração de um novo tipo de urbanização polinucleada nesta região, em um momento de encruzilhada, em que, ou problemas históricos podem ser agravados através da imposição de racionalidades homogeneizadoras ou superados, com a transição do padrão urbano-industrial para uma nova etapa, portadora de possibilidades verdadeiras de inovação, capaz de reconhecer uma relação equilibrada entre a natureza e o direito das pessoas, representativa de diferentes racionalidades, para compartilhar um território.