Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Feb 2023)

Intervenções farmacêuticas realizadas na unidade de cardiologia de um hospital universitário

  • Jéssica Nascimento Sousa,
  • Jéssica Silva Nogueira,
  • Luana Sávia Santos Silva,
  • Vinicius Gomes Nóbrega,
  • Eliana Lago Araujo

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2022.v1.s2.p.25
Journal volume & issue
Vol. 1, no. s.2

Abstract

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Introdução: No âmbito hospitalar, a polifarmácia associada a múltiplas comorbidades, especialmente as cardiovasculares, pode favorecer a ocorrência de eventos adversos clinicamente relevantes, sendo capaz de prolongar a internação, perda de função, danos permanentes ou até colocar em risco a vida do paciente. Segundo o Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica, a Intervenção Farmacêutica (IF) “é um ato planejado, documentado, realizado junto ao paciente e aos profissionais de saúde, que visa resolver ou prevenir problemas que interferem ou podem interferir na farmacoterapia, sendo parte integrante do processo de acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico”. Desse modo, a IF é uma prática fundamental na prevenção da ocorrência destes eventos. Objetivos: Descrever e avaliar o perfil e alvo das intervenções farmacêuticas em um Hospital Universitário do Estado da Bahia. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo, realizado no período de setembro de 2021 a setembro de 2022, em um Hospital Universitário (HU) de Salvador – Bahia. As IF deste estudo foram coletadas na unidade de Cardiologia do Hospital, onde possui farmacêutico clínico atuando diariamente, sendo registradas em banco de dados da Unidade de Farmácia Clínica (UFC) e mensuradas quanto ao alvo e sua aceitabilidade. Para além disso, as IF foram classificadas em corretivas, preventivas ou educativas. Os dados foram analisados através da estatística descritiva. Esse estudo foi aprovado pelo CEP sob número 4.465.789. Resultados e discussão: Foram realizadas 449 IF, que corresponde a uma média de 34,4 IF por mês. Observou-se que 65,5% foram direcionadas à equipe médica, seguido do paciente e/ou familiar (15,6%), pela equipe de enfermagem (12,7%) e outros profissionais de saúde (6,2%), corroborando assim com a literatura no qual relata que os médicos foram os profissionais mais contatados, seguidos dos enfermeiros. Em relação à aceitabilidade, 81,3% das IF foram totalmente aceitas, 9,1% aceitas parcialmente e 9,6% não aceitas, resultados semelhantes encontrados por Almeida e Andrade (2022). Com relação à classificação das IF, tem-se que 86,0% foram corretivas, 12,0% educativas e 1,9% preventivas. As IF corretivas mais frequentes foram: ajuste de dose (12,5%), substituição de medicamento mais custo efetivo (11,3%), substituição por medicamento disponível na instituição (10,8%) e suspensão do medicamento (10,3%). No que tange às IF educativas, a mais frequente foi prover informações aos profissionais de saúde com 56,1%. Em relação às educativas, prevenir reações alérgicas foi a mais frequente (66,7%). Conclusão: A importância do farmacêutico clínico na prevenção, detecção precoce e resolução dos problemas relacionados a medicamentos mostrou-se essencial. As IF foram cruciais no processo de otimização da farmacoterapia, no intuito de garantir o uso seguro e racional dos medicamentos em uma unidade de Cardiologia, prevenindo assim, eventos adversos.