Em Tempo de Histórias (Dec 2020)

O filme que sai do armário

  • Bárbara Brognoli Donini

DOI
https://doi.org/10.26512/emtempos.v1i37.34185
Journal volume & issue
Vol. 1, no. 37

Abstract

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O Cinema Lésbico é ainda um gênero cinematográfico em construção dentro do cinema nacional, e são poucos os cineastas brasileiros que assinaram filmes que colocam em evidência o amor romântico e sexual entre mulheres. Entre esses cineastas, em sua maioria homens, está Adelia Sampaio, a primeira diretora negra a fazer um longa-metragem no Brasil. Sua obra é importante, para além de seu talento, por seu pioneirismo; Amor Maldito, lançado em 1984, também é um dos primeiros filmes nacionais a protagonizar um casal lésbico. Trazendo a história conturbada de Fernanda e Sueli, Amor Maldito se diferencia da maioria dos filmes com temática lésbica, que tendem a punir as personagens que negam seu papel social, imposto pela heteronormatividade, enquanto mulheres que abraçam a possibilidade de amar outras mulheres. Em inúmeros filmes essas personagens terminam a trama mortas, agredidas e humilhadas, colocando em evidência a função pedagogizadora destes filmes. Ao contrário destes, Amor Maldito termina com Fernanda, que durante a trama é acusada por causar a morte de Sueli, absolvida pelo tribunal e livre para voltar a amar.

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