Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)

OR-40 - INVESTIGAÇÃO DOS ESCORES MEWS E TREWS NA PROJEÇÃO DE DESFECHOS GRAVES EM PACIENTES COM COVID-19

  • Luis Vinicius Torres C. Lopes,
  • Ana Paula Rocha Veiga,
  • Tatiana Maria Brasil Muzaiel,
  • João Pedro Ruas F. de Toledo,
  • Giulia F.M. Rodrigues Lopes,
  • Tais Soares Chaves,
  • Nina Petroni Haiat,
  • Gabriela Pereira Rodrigues,
  • Gabriela Gomes de Medeiros,
  • Barbara Luiza Soares Andrade

Journal volume & issue
Vol. 28
p. 103915

Abstract

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Introdução: Desde 11 de março de 2020, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia de COVID-19, o mundo passou a vivenciar um desafio sanitário global. Em um cenário de escassez de recursos em saúde, os escores de alerta precoce, entre eles o modified early warning score (MEWS) e o triage early warning score (TREWS), surgem como ferramentas efetivas na detecção de indivíduos em estado de gravidade. Ambos, por meio da pontuação dos sinais vitais, reconhecem a deterioração clínica dos pacientes. O TREWS avalia, além dos sinais vitais, a necessidade de suplementação de oxigênio e a idade. Objetivo: Investigar a capacidade dos escores MEWS e TREWS em predizer gravidade e mortalidade em pacientes internados com COVID-19. Método: Nesse estudo observacional retrospectivo, pacientes internados com COVID-19 no Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER) foram incluídos. Os escores MEWS e TREWS de admissão dos pacientes no IIER foram analisados, assim como as características demográficas, a presença de comorbidades e a caracterização do esquema vacinal para COVID-19 desses pacientes. Resultados: O estudo incluiu 579 pacientes, com predominância masculina (60,45%) e idade média de 52,54 anos. Comorbidades como Diabetes Mellitus (23,32%) e Hipertensão Arterial Sistêmica (41,28%) foram frequentes. A maioria dos pacientes não apresentavam esquema vacinal completo para COVID-19 (65,28%). Fatores como idade maior que 70 anos (p < 0,001), presença de comorbidades, incluindo doença renal crônica (p = 0,039), diabetes mellitus (p = 0,028), hipertensão arterial sistêmica (p < 0,001), e a sobreposição de duas ou mais comorbidades (p = 0,024) aumentaram o risco de óbito. Os escores MEWS e TREWS de admissão foram mais elevados em pacientes que vieram a óbito (p < 0,001). Observou-se que a presença de MEWS de admissão ≥ 3 aumenta em 2,43 vezes as chances de óbito (p < 0,001; OR = 2,43) e em 1,80 vezes as chances de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) (p = 0,002; OR = 1,80). Pacientes com TREWS de admissão ≥ 5 apresentaram 2,47 vezes mais chances de necessitarem de internação em UTI (p < 0,001; OR = 2,47) e 4,44 vezes mais chances de virem a óbito (p < 0,001; OR = 4,44). Conclusão: MEWS e TREWS de admissão demonstram grande utilidade na detecção precoce de pacientes críticos. Além disso, a presença de comorbidades influencia a incidência de desfechos graves nos pacientes internados com COVID-19.