Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Oct 2008)
Histeroscopia na menopausa: análise das técnicas e acurácia do método Histeroscopy in menopause: analysis of the techniques and accuracy of the method
Abstract
O rastreamento do câncer do endométrio em mulheres assintomáticas não tem se mostrado custo-efetivo. Os estudos sobre o tema mostram que a ultra-sonografia como método de rastreio apresenta alta taxa de resultados falsos-positivos e efeito desprezível sobre a mortalidade. Desta forma, a estratégia para assistência deve se basear no diagnóstico precoce e tratamento oportuno em mulheres que apresentam sangramento pós-menopausa. A ultra-sonografia transvaginal, por ser método não-invasivo, amplamente disponível e com elevada sensibilidade, deve ser o método propedêutico inicial. Embora não haja consenso acerca do ponto de corte da espessura endometrial ecográfica acima da qual se deva prosseguir a investigação, a histeroscopia diagnóstica com biópsia deve ser o próximo passo. O risco de neoplasia em endométrios com espessura menor ou igual a 3 mm é reduzido o suficiente para limitar a histeroscopia, nesses casos, à situações excepcionais. A biópsia deve ser parte obrigatória da histeroscopia, porque o diagnóstico em bases puramente visuais pode fornecer falsos resultados. A histeroscopia pode ser realizada em regime ambulatorial em mais de 95% dos casos, mesmo em mulheres menopausadas, com raras complicações graves. A adoção de técnicas de exame "sem contato" e a redução progressiva do diâmetro dos histeroscópios tem reduzido o desconforto associado à histeroscopia, enquanto que a utilização de novos instrumentais tem permitido a realização de pequenos procedimentos em nível ambulatorial.Detection of endometrial cancer in asymptomatic women has not proved to be a cost-effective procedure. Studies on this matter have shown that ultrasonography as a detecting method presents a high ratio of false-positive results and a negligible effect on the mortality rate. This way, the assistance strategy should be based on earlier diagnosis and appropriate treatment in women who present postmenopause bleeding. Being a non-invasive method, largely available and with high sensitivity, the transvaginal ultrasonography should be the initial investigative method. Though there is no consensus about the echographical endometrial thickness, above which the investigation is to proceed, diagnostic hysteroscopy should be the next step. The risk of neoplasia in endometriums with thickness under or equal to 3 mm is low enough to limit hysteroscopy to exceptional cases. Biopsy must be a necessary part of the hysteroscopy, because the diagnosis, made on visual basis, alone may lead to false results. Outpatient hysteroscopy can be done in more than 95% of the cases, even in menopausal women, rarely with severe complications. The adoption of "non-contact" examination techniques and the progressive reduction of the hysteroscope diameter have decreased the discomfort associated to small outpatient procedures.
Keywords