Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)
EP-403 - PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES INTERNADOS COM HIV/AIDS, NO ANO DE 2022, EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DO ESTADO DA BAHIA
Abstract
Introdução: A compreensão do perfil clínico-epidemiológico dos pacientes internados com HIV/AIDS é essencial para otimizar as intervenções de saúde pública e a qualidade do atendimento além de reduzir a morbimortalidade associada a esta infecção. Diante disso a análise desse perfil fornece resultados importantes sobre as coinfecções, gravidade da imunossupressão e os desfechos clínicos associados. A identificação de fatores determinantes para a hospitalização e as barreiras no acesso ao tratamento pode contribuir para o desenvolvimento de estratégias eficazes que auxiliem no prognóstico da doença. Objetivo: Caracterizar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes com HIV/AIDS internados em um hospital de referência do estado da Bahia, no ano de 2022. Método: Estudo transversal com base em dados obtidos nos prontuários do Instituto Couto Maia, coletados entre 2023-2024 referentes aos pacientes com HIV/AIDS internados em 2022. Os dados foram analisados no R-Project, versão 4.2.2, para análise estatística. Resultados: A amostra (n = 374) foi composta em sua maioria por pacientes masculinos 66,43%, heterossexual 65,77%, pardos 71,12%, solteiros 81,55%, cuja idade apresentou-se na mediana 39 (31 e 48,5). 33,69% possuíam renda mensal de 1 a 2 salários e 32,89% contavam com menos de um salário mínimo mensal. Em relação a escolaridade, 46,8% possuíam ensino fundamental incompleto. Acerca dos hábitos de vida, 35% eram usuários de substâncias psicoativas e apenas 6,9% não faziam uso. A maioria dos pacientes, 85,6%, tinham alguma coinfecção, sendo tuberculose pulmonar a mais prevalente com 21,5%, seguida de candidíase orofaríngea 19,14%. Em relação aos marcadores do HIV, 33,4% tinham contagem de CD4 < 50 células/mm³. A mediana de CD4 foi de 110 células/mm³ e a de carga viral foi de 233.980 cópias. Apenas 16,3% da amostra possuía carga viral indetectável e 31,3% apresentavam má adesão ao tratamento antirretroviral. Quanto aos desfechos, 77,2% tiveram alta, 12,3% faleceram, 5,6% evadiram e 4,8% foram transferidos. Conclusão: A análise do perfil clínico e epidemiológico de pacientes com HIV/AIDS destaca desafios como a alta prevalência de coinfecções e a baixa adesão ao tratamento. Estratégias integradas são cruciais para abordar as vulnerabilidades socioeconômicas e comportamentais, visando melhorar os resultados clínicos. Esses dados informam a necessidade do desenvolvimento de políticas de saúde mais eficazes, adaptadas às necessidades específicas desses pacientes.