Extraprensa (Dec 2010)
Os testemunhos latino-americanos e o projeto utópico da história oral no Brasil: cultura intelectual, militância e populismo
Abstract
Testemunhas que escrevem lidam com conflitos que preocupam menos as testemunhas orais: o dever de narrar e a assunção da autoridade narrativa são diluídos frente à demanda de um pesquisador; a exigência da lembrança e a necessidade do esquecimento redefinem-se com a autoridade compartilhada; a transferência de responsabilidades minimiza o temor de seus efeitos. Na América Latina, o êxito na confecção e difusão dos testemunhos orais, como o de Rigoberta Menchú, considerado narrativa contra-hegemônica, acresceu à história oral feições militantes e ativistas. Dentro da cultura intelectual universitária, contudo, as justificações e os propósitos destes testemunhos são por vezes deformados com vistas a ajustamentos institucionais, teóricos ou epistemológicos. Mas quais as formas que a história oral política e instrumental assume no Brasil? Seu projeto utópico é adequado aos cânones universitários ou exige abordagens autônomas?
Keywords