Sur le Journalisme (Sep 2012)

L’entretien de recherche centré sur le vécu

  • Marie-Hélène Forget,
  • Pierre Paillé

Journal volume & issue
Vol. 1, no. 1

Abstract

Read online

En sciences humaines et sociales, les chercheurs font massivement appel à l’entretien pour explorer et mieux comprendre l’expérience humaine. Cet article traite du cas de l’entretien de recherche visant l’accès au vécu, qui constitue une option méthodologique fort intéressante pour les chercheurs qui souhaitent explorer le monde du « réalisé » plutôt que celui du « représenté ». Le vécu se définit en effet comme ce que fait, vit et éprouve effectivement une personne à un moment donné de sa relation au monde, ce, sans que cette personne en ait nécessairement pris conscience au moment de le vivre. Le vécu se distingue ainsi de la représentation du vécu correspondant à la synthèse des vécus accumulés par une personne au fil de sa vie. L’article propose, dans ce contexte, de définir plus avant la notion de vécu et d’explorer une famille d’entretiens qui vise à donner accès à ce dernier. L’article présente un aperçu de deux types entretiens avant d’approfondir la méthode de l’« entretien d’explicitation ». Cette dernière méthode vise à s’informer de ce qu’une personne fait lorsqu’elle fait ce qu’elle fait et/ou de ce qu’elle vit lorsqu’elle vit ce qu’elle vit, en appui sur le seul soutien mnésique. L’article traite de la démarche de guidage de la personne interrogée en fournissant des extraits d’entretiens et il énonce quelques précautions à prendre avec ce type d’entretien.In the social sciences, researchers make extensive use of the interview method to explore and better understand the human experience. This article discusses the case of the research interview to access the lived experience, which is an interesting methodological option for researchers wishing to examine the “lived” rather than the “represented” realm. The lived experience could be defined as what is effectively lived, made, and felt by an individual at a particular point of his or her relationship to the world, even though this individual is not necessarily aware of the experience while it occurs. The lived experience thus differs from the representation of a lived experience corresponding to the conceptualization of the experiences accumulated by a person throughout his or her life. The article, in this context, further defines the concept of “lived experience” and explores a set of interviews aiming to provide access to the lived realm. It also presents an overview of two interviews before describing the “explicitation interview method”. This method aims to bring to light what the individual actually does when he or she is performing an act, and/or bring to light what the individual is actually experiencing during the lived experience, relying solely on mnesic support. The article discusses the process of guiding the participant, provides excerpts of interviews, and outlines some precautions that should be taken when using this type of interview.Nas ciências humanas e sociais, os pesquisadores recorrem massivamente à prática de entrevista para explorar e compreender melhor a experiência humana. Este artigo trata do caso da entrevista de pesquisa que busca acessar a vivência. Ela se constitui em uma opção metodológica bastante interessante para os pesquisadoresque desejam explorar o mundo do “realizado”, mais que o do “representado”. A vivência é definida, na verdade, como o que uma pessoa faz, vive e experimenta em um determinado momento de sua relação com o mundo; isso acontece sem que essa pessoatenha necessariamente consciência disso no instante em que vive. Assim, a vivência se distingue da representação da vivência correspondente e também da síntese dos momentos vividos, acumulados ao longo da vida. Nesse contexto, o artigo se propõe a definir a noção de “vivência” e de explorar um conjunto de entrevistas que buscam acessar essa categoria. Ele apresenta dois tipos de entrevistas com o intuito de aprofundar o método da “entrevista de explicitação”. Este método tem como finalidade se informar sobre o que uma pessoa faz, no momento em que ela faz e/ou vive, no momento em que ela vive o que vive. Ele se ampara apenas no suporte mnemônico. O artigo trata ainda do procedimento de orientação da pessoa ser interrogada, trazendo trechos de entrevistas. Também enuncia algumas precauções a serem tomadas nesse tipo de entrevista.

Keywords