Convergência Lusíada (Apr 2024)

Pessoa xamã

  • André Gardel

DOI
https://doi.org/10.37508/rcl.2024.nEsp.a1264
Journal volume & issue
Vol. 35, no. Esp.

Abstract

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A hipótese de leitura aqui defendida é a de que o corpo, em estados limi­nares, do sujeito de enunciação pessoano, doado em sacrifício para que a escrita heteronímica originária se instaure, atua em um tipo de con­cepção literária em que a visão e o visto circulam num mesmo campo de imanência. O que produz uma visão-tato, em copresença, que incor­pora o outro e o transmodela em clivagem de si, abrindo infinitas novas alteridades. Leitura que, por caminhos e naturezas diversas, aproxima, comparativamente, os processos de acoplagens de alteridades do xamã amazônico, baseado em alianças político-espirituais, da heterológica de Pessoa. Assim como entrevê, ainda, similaridades entre os espaços-tem­pos adentrados por ambos – o caos pré-cronológico pessoano e o passado absoluto xamânico – para que tais operações ocorram.

Keywords