Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2024)

Análise dos gastos e perfil de consumo dos antihipertensivos e antidiabéticos fornecidos no município de Recife-PE e sua consonância com as diretrizes terapêuticas: um estudo retrospectivo.

  • Karinna Moura Boaviagem,
  • Maria Nelly Sobreira de Carvalho Barreto,
  • João Maurício de Almeida,
  • Albérico Duarte de M. Júnior

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2017.v2.s1.p.12
Journal volume & issue
Vol. 2, no. s.1

Abstract

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Introdução: A hipertensão e o diabetes mellitus são doenças crônicas que requerem o tratamento contínuo. Portanto, o acesso e a utilização dos anti-hipertensivos e antidiabéticos assumem grande importância no controle dessas patologias, além da prevenção de complicações e redução da morbimortalidade. Nesse contexto, é fundamental assegurar o atendimento na atenção primária e, assim, evitar o encaminhamento para um maior nível de complexidade, que acarretará em maiores investimentos em recursos diagnósticos e terapêuticos. Objetivo: Analisar os gastos e perfil de consumo de anti-hipertensivos e antidiabéticos e sua consonância com as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Métodos: Trata-se de um estudo descritivo com análise retrospectiva do gasto médio anual desses grupos de medicamentos adquiridos e distribuídos no município de Recife no período de 4 anos. Os relatórios foram obtidos do sistema Hórus, no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2016. Utilizou-se a Diretrizes da SBC e SBD para comparar o perfil de consumo de medicamentos com as recomendações dos Protocolos terapêuticos constantes nas Diretrizes Nacionais. Resultados: No período em estudo houve um gasto médio anual de R$ 2.999.498,47 com anti-hipertensivos com destaque para os inibidores da ECA com distribuição média de 16.382.430 comprimidos (comp.) de Enalapril, seguido de bloqueadores dos receptores de angiotensina com 13.780.103 comp. de Losartana e diuréticos com 12.400.952 comp. de Hidroclorotiazida. Esse resultado demonstra consonância com as Diretrizes da SBC que recomenda esse grupo de fármacos em monoterapia no estágio I da hipertensão ou a combinação de um ou mais fármacos desse grupo nos casos do Estágio II e Estágio III. Com relação aos antidiabéticos orais e insulina, no período de 2013 a 2016 houve um gasto médio anual de R$ 3.256.325,91. Nesse período o maior consumo foi de Metformina com distribuição média de 11.412.445 comp. seguido da Gliclazida de liberação prolongada com 5.162.816 comp. distribuídos. Esse resultado corrobora com as Diretrizes da SBD que destaca a Metformina como primeira escolha, em monoterapia, para o tratamento do diabetes. Também foram consumidos uma média de 138.947 frascos de Insulina humana NPH, opção terapêutica para os diabéticos tipo 1 (5 a 10% do total de casos) e indicada para o diabetes tipo 2 não controlado. Conclusões: O perfil de consumo apresentado no estudo denota a consonância com as diretrizes terapêuticas nacionais. Destaca-se, ainda, o maior custo com medicamentos para o tratamento do diabetes em relação à hipertensão, sendo fundamental o apoio do Ministério da Saúde para o fornecimento de insulina.