Studia Heideggeriana (Mar 2021)

Do pensar ao poder

  • Gabriel Lago de Sousa Barroso

DOI
https://doi.org/10.46605/sh.vol10.2021.131
Journal volume & issue
Vol. 10

Abstract

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O objetivo deste artigo é o esclarecimento do conceito fenomenológico de possibilidade a partir da análise da subjetividade feita por Heidegger em sua interpretação da apercepção transcendental. Inicialmente, abordamos os argumentos de Kant sobre a apercepção enquanto um «eu penso». A seguir, analisamos a interpretação deste princípio por Heidegger, para demonstrar que a apercepção não permanece caracterizada na fenomenologia hermenêutica por um formalismo, mas que ela é determinada positivamente na interpretação da existência como um «eu posso». Neste ponto, mostramos que, enquanto a filosofia transcendental formula as condições de possibilidade da experiência segundo um método regressivo-construtivo, a fenomenologia toma o a priori como fenômeno, isto é, traz à evidência as próprias condições de possibilidade da experiência. Consequentemente, a subjetividade do sujeito não é relegada a uma determinação formal, mas torna-se objeto da análise de um modo de ser. Por fim, consideramos como a relação entre mundo e subjetividade na analítica da existência introduz outras modificações na apercepção transcendental enquanto elemento das condições de possibilidade da experiência.

Keywords