Movimento (Jan 2016)
Sobre o ódio ao professor Entrevista com Fernando Penna
Abstract
Ao tomar a decisão de pautar o tema da violência para compor o dossiê do terceiro número de Movimento – revista eletrônica de educação da Universidade Federal Fluminense –, o Conselho Editorial elencou um grande número de facetas da violência que historicamente se manifestam física e presencialmente no interior e fora do espaço escolar. O fenômeno relativamente recente das redes sociais e o vertiginoso processo de crescimento de trocas de informação, interação e mediação virtual a ele agregado, não apenas ampliou o espectro da violência como contribuiu decisivamente para articular o dentro e o fora da escola. Dentre outros exemplos, talvez o mais comum e antigo é o registro de cenas reais de alunos e alunas brigando nos pátios escolares ou nas redondezas da instituição postadas nas redes sociais, muitas delas viralizadas – para usar o barbarismoda ocasião – por um número sempre crescente de adeptos do bullying escolar. Nos últimos cinco anos, nas redes sociais, o exemplo de articulação da violência dentro-fora da escola que mais chama a atenção é o ódio ao professor, conforme observa o professor Fernando Penna na entrevista que publicamos a seguir. Estudioso da manifestação reivindicatória por uma escola sem ideologia trazida nos últimos anos por setores conservadores e reacionários da sociedade brasileira, Penna busca oferecer na entrevista algumas hipóteses para compreendermos o fenômeno do ódio ao professor, bem como algumas pistas para apreendermos os fundamentos que movem aqueles setores no combate ao que denominam de doutrinação ideológica de esquerda, e, concluindo, observa a urgência da resistência ao assédio moral feito dos conservadores ereacionários, chamando a atenção para a importância da ampliação do conhecimento crítico sobre o tema.