Boletim do Instituto de Pesca (Nov 2018)
Influência do fotoperíodo natural na reprodução induzida do tambaqui, Colossoma macropomum (Cuvier, 1818)
Abstract
Características importantes como sabor, rusticidade e rápido crescimento, dentre outras qualidades, fazem do tambaqui, Colossoma macropomum, um dos peixes mais importantes da piscicultura brasileira. Por ser um peixe reofílico, não desova naturalmente em cativeiro, o que faz necessário que sua ovulação seja induzida artificialmente. No presente trabalho investigaram-se os efeitos do fotoperíodo natural na ovulação do referida espécie, quando induzida com o LHRH, decapeptídeo de uso veterinário. Níveis plasmáticos do hormônio 17α OH-P foram analisados antes e após as injeções hormonais. Utilizaram-se 17 fêmeas e 16 machos em maturação final, os quais foram induzidos com o hormônio LHRH (gonadorrelina) em dois protocolos fotoperiódicos naturais: no protocolo A, indução hormonal iniciou-se entre 19-20 horas, enquanto no protocolo B, a indução hormonal iniciou-se entre 8-9 horas. Em ambos os grupos, as dosagens hormonais decisivas foram aplicadas entre 12-13 horas após a primeira injeção. As concentrações totais nas fêmeas variaram entre 500-1.200 μg LHRH/peixe. Os machos receberam dosagem única de 50-100 μg LHRH/peixe. Não houve ocorrência de ovulação no protocolo A, enquanto todas as fêmeas do protocolo B ovularam. Os níveis do hormônio 17α OH-P plasmático foram estatisticamente diferentes entre os dois grupos durante o considerado período de latência do hormônio indutor. Os resultados apontam para a existência de um ‘gatilho fotoperiódico’, que favorece a ocorrência da ovulação em fêmeas de tambaqui quando são induzidas com o LHRH (gonadorrelina) de uso veterinário.