Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

IMPORTÂNCIA DO CONTEÚDO DA HEMOGLOBINA DO RETICULÓCITO PARA A TERAPIA INTRAVENOSA COM FERRO, EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA

  • CRL Souza,
  • ACCD Morais,
  • JCB Sobrinho,
  • AA Carvalho,
  • GA Bernadino,
  • RS Caldas,
  • GASL Pires,
  • ECR Carneiro

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S13

Abstract

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Objetivos: Avaliar a importância do conteúdo da hemoglobina do reticulócito, como preditor para a terapia intravenosa com ferro, em pacientes com doença renal crônica. Material e métodos: Estudo transversal descritivo, envolvendo 62 pacientes com doença renal crônica, em acompanhamento regular no ambulatório do HUPD (UFMA). Foram analisados: hematócrito, hemoglobina, conteúdo de hemoglobina dos reticulócitos (ADVIA 2120i-Siemens Healthineers), ferritina, (Cobas 6000 – Roche Hitachi), adesão ao tratamento com ferro intravenoso e/ ou eritropoetina, além de idade e gênero. Resultados: A média de idade dos pacientes que participaram deste estudo foi de 45, 74 (± 13,06) anos, sendo 28 (45, 16%) do gênero feminino e 34 (54,84%) do gênero masculino. A concentração média de hemoglobina, nos participantes, foi de 12, 55 (± 1,96), a média de hematócrito foi de 37,68 (± 6,15), a média da porcentagem de reticulócitos foi de 1, 83 (± 0,83). Além disso, a concentração global sérica de ferritina foi de 250,47 (± 150,74). Quanto à adesão ao tratamento, 11 pacientes não aderiram (17,8%) e 51 (82,2 %) aderiram ao tratamento. Somente a avaliação do conteúdo de hemoglobina do reticulócito foi significativa (p < 0,025), tendo a maior média no grupo de adesão ao tratamento (30,79 ± 3,22). Discussão: Considerando-se a importância da resposta eritropoética ante a terapia de ferro intravenoso e eritropoetina, nos pacientes com doença renal crônica, avaliar o conteúdo da hemoglobina do reticulócito, como um marcador, pode auxiliar de maneira satisfatória o acompanhamento dessa resposta ao tratamento, bem como no diagnóstico da deficiência de ferro nos pacientes submetidos à diálise, uma vez que reflete precocemente a disponibilidade de ferro para os precursores eritropoéticos frente à terapia intravenosa de ferro. Os protocolos trazem como recomendação para o diagnóstico da deficiência funcional e absoluta de ferro e avaliação da resposta à terapia, a utilização do marcador ferritina. Porém, esse marcador sofre interferência direta dos mediadores liberados, durante o processo inflamatório, geralmente associado à doença renal crônica. No presente estudo, não foi encontrada nenhuma diferença significante no valor da ferritina, enquanto houve um valor significante ao analisar o conteúdo da hemoglobina do reticulócito, quando comparados os grupos que aderiram e os que não aderiram ao tratamento. No geral, nossos resultados corroboram com estudos anteriores que associam o aumento da hemoglobina do reticulócito, destes pacientes, como forma de resposta ao tratamento após a suplementação com ferro intravenoso. Conclusão: O conteúdo da hemoglobina do reticulócito aumenta, imediatamente, após a suplementação com ferro intravenoso e, portanto, pode ser usado como um preditor precoce de resposta à terapia. Além disso, a ferritina não é um bom indicador da deficiência de ferro em pacientes com doença renal crônica. No entanto, devido ao número amostral, estudos futuros são relevantes para conclusões definitivas.