Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Sep 2013)
Reoperação da valva mitral minimamente invasiva sem pinçamento da aorta
Abstract
INTRODUÇÃO: Reoperações da valva mitral apresentam maior índice de complicações quando comparadas com a primeira cirurgia. Com o domínio das técnicas videoassistidas para as primeiras cirurgias da valva mitral, os casos de reoperações passaram a despertar interesse para esses procedimentos menos invasivos. OBJETIVO: Analisar os resultados e as dificuldades técnicas da retroca valvar mitral minimamente invasiva em 10 pacientes. MÉTODO: A circulação extracorpórea foi instalada por meio de colocação de cânulas femorais e cânula na veia jugular interna direita, conduzida em 28 graus de temperatura em fibrilação ventricular. Realizada toracotomia lateral direita com 5 a 6 cm no terceiro ou quarto espaço intercostal. Pericárdio foi descolado apenas na região do átrio esquerdo no ponto da atriotomia. A aorta não foi pinçada. RESULTADOS: Foram avaliados 10 pacientes com idade média de 56,9±10,5 anos. Quatro encontravam-se em ritmo de fibrilação atrial e 6 em ritmo sinusal. O tempo médio entre a primeira operação e a reoperações foi de 11 ± 3,43 anos. O EuroSCORE médio do grupo foi de 8,3 ± 1,82. O tempo médio de fibrilação ventricular e de circulação extracorpórea foi respectivamente 70,9 ± 17,66 min e 109,4 ± 25,37 min. O tempo médio de internamento foi de 7,6 ± 1,5 dias. Não houve óbitos nessa série. CONCLUSÃO: A reoperação da valva mitral pode ser feita por meio de técnicas menos invasivas com bons resultados imediatos e baixa morbimortalidade. Entretanto, esse tipo de cirurgia requer maior tempo de circulação extracorpórea, especialmente nos casos em que o paciente já tenha uma prótese. A presença de uma mínima insuficiência aórtica também torna esse procedimento tecnicamente mais desafiador.
Keywords