Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)
ASSISTÊNCIA MÉDICA NOS CENTROS DE TRATAMENTO DE HEMOFILIA NO BRASIL: RESULTADOS PRELIMINARES
Abstract
Objetivos: O Brasil oferece um modelo de atendimento gerenciado do pelo Ministério da Saúde com o apoio dos hemocentros estaduais para tratamento às pessoas com hemofilia. Embora todos os Estados brasileiros ofertem o atendimento preconizado, o perfil local dos Centros de Tratamento de Hemofilia (CTHs) não é bem conhecido. Esse estudo visa descrever o perfil de assistência médica em CTHs no Brasil. Materiais e métodos: Esta análise faz parte do projeto PATCH: Assistência Pública as pessoas com hemofilia no Brasil, cujo objetivo é avaliar o cuidado de indivíduos brasileiros que vivem com hemofilia conforme indicadores de estrutura, processo e resultado. Para tal, foi desenhanda uma ampla dos CTH brasileiros, compostos por hemocentros coordenadores (HC) e regionais (HR). Utilizou-se questionário autoaplicável para tal finalidade. Os resultados são descritos em frequência. Resultados: Um total de 26 hemocentros brasileiros (13 HC e 13 HR) compuseram esta amostra preliminar. Nestes, foi verificada a presença de 182 médicos de diversas especialidades com predominância de hematologistas (51,6%). Em 8 (30,8%) destes centros há a presença de hematopediatras (n = 11). Metade dos CTH disponibiliza pelo menos um hematologista para atendimento exclusivo aos pacientes hemofílicos. Apenas 1 centro não dispõe de hematologista sendo o atendimento realizado por médico generalista. Observou-se a presença de 55 médicos generalistas em 16 CTH. Em 3 CTH foram descritos a presença de ortopedistas, fisiatra em 2 e radiologistas em 2. Três centros relataram a presença de 1 infectologista, 1 ginecologista e 1 geneticista. Não foi observada a presença de geriatra, reumatologista ou imunologista nos 26 centros. Foi relatada educação permanente para médicos em 22 centros (84,6%). Discussão: O atendimento médico aos pacientes com hemofilia no Brasil é realizado por especialistas em hematologia na ampla maioria dos CTHs avaliados, mas o acesso a demais especialidades que poderiam melhorar o desfecho clínico das sequelas e multimorbidades dos pacientes ocorre através de maneira mais restrita nos diversos CTHs. Conclusões: Conhecer o perfil de atendimento médico disponível nos hemocentros Brasileiros que ofertam tratamento aos pacientes hemofílicos pode possibilitar traçar uma estratégia de melhoria de qualidade de atendimento a estes pacientes.