Entre-Lugar (Dec 2020)

As estratégias de territorialização da LDC nos assentamentos de reforma agrária em Rio Brilhante (MS): elementos para compreendermos as resistências paradigmáticas da luta do MST

  • Lara Dalperio Buscioli

DOI
https://doi.org/10.30612/el.v11i22.11177
Journal volume & issue
Vol. 11, no. 22
pp. 230 – 266

Abstract

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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) criado na década de 1980 é um importante movimento de luta contra o avanço do capitalismo no campo brasileiro e, no caso do estado do Mato Grosso do Sul, se coloca como elemento definidor de resistência seja no âmbito material como imaterial-paradigmático. Especificamente em Rio Brilhante a luta do MST é contra o avanço da estrangeirização de terras em seus territórios por meio do grupo francês Louis Dreyfus Commodities que produz cana-de-açúcar em seus entornos. Diante disso, o presente estudo busca analisar como ocorreu o processo de resistência paradigmática para a não territorialização deste grupo nos assentamentos, bem como as estratégias que ele usou com pretensão de territorializar-se. Esta pretensão baseou-se na cooptação de parte dos assentados que não eram lideranças, apresentando valores dos arrendamentos/produtividade/lucratividade e oferta de emprego. No âmbito imaterial, o MST contrapunha tais ideias com reuniões mostrando fatos do capitalismo em seus territórios. Ou seja, por meio da resistência paradigmática no campo das ideias que eles conseguiram materializar a conquista desta luta.

Keywords