Revista Brasileira de Educação Médica (Jul 2023)

Diretivas antecipadas de vontade na percepção de estudantes de Medicina

  • Tatiana Rosa Ogata Nakagawa,
  • Andressa Luciani Pereira Rodrigues,
  • Valéria Carolina Armas Villegas,
  • Laura Block Gurtat,
  • Gabriela Ribeiro de Castro,
  • Márcio José de Almeida

DOI
https://doi.org/10.1590/1981-5271v47.2-20220026
Journal volume & issue
Vol. 47, no. 2

Abstract

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Resumo: Introdução: A autonomia do paciente na tomada de decisões a respeito da sua vida e das condutas diagnósticas e terapêuticas na sua saúde tem sido objeto de valorização social crescente. As diretivas antecipadas de vontade surgem, então, como um meio de o paciente expressar sua última vontade, salvaguardando o princípio da autonomia. No processo de aprendizagem acadêmica, na maioria das escolas médicas, o acadêmico se compromete com a vida, e toda a sua capacitação é fundamentada em aspectos técnicos, e apenas uma pequena parte do currículo, quando presente, abrange conteúdo específico voltado para a terminalidade da vida. A medicina evoluiu com importantes avanços tecnológicos que resultaram em melhorias na qualidade de vida, porém também trouxeram um prolongamento questionável da vida, com tratamentos muitas vezes injustificáveis e com a obstinação terapêutica de manter a vida a qualquer custo. Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar a percepção de estudantes de Medicina sobre as diretivas antecipadas de vontade. Método: O instrumento de pesquisa foi elaborado com uma entrevista individual e semiestruturada, aplicada pela plataforma de pesquisa Google Forms. Por causa do período de pandemia pelo Sars-CoV-2, a pesquisa foi realizada de forma não presencial em conformidade com a legislação vigente nacional. Após fechamento da amostra por exaustão, analisaram-se as respostas de 13 estudantes. Resultado: Em conformidade aos elementos, passos e critérios metodológicos, as informações obtidas foram classificadas e dispostas em duas categorias: dignidade da pessoa humana e autonomia do paciente; e conhecimento sobre diretivas antecipadas de vontade. Conclusão: Essa análise qualitativa trouxe à tona importantes temas, como a regulamentação que norteia as diretivas antecipadas de vontade e os princípios que envolvem a bioética, a fim de consolidar o respeito, a autonomia e a dignidade do paciente que está, ou estará, passando pela terminalidade da vida.

Keywords