Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Feb 2023)

Medicamentos voltados a saúde da mulher: dispensação em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do Distrito Sanitário Cabula – Beiru, no período de 2009 a 2017, em Salvador – BA.

  • Fernanda de Souza Dias,
  • Anderson Silva de Oliveira,
  • Marcelo Ney de Jesus Paixão,
  • Anibal de Freitas Santos Junior

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2019.v4.s1.p.81
Journal volume & issue
Vol. 4, no. s.1

Abstract

Read online

Introdução: As mulheres representam a maioria da população brasileira e as principais frequentadoras do Sistema Único de Saúde (SUS). A saúde da mulher foi incorporada às políticas de saúde no Brasil nas primeiras décadas do século XX e, desde 2004, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher foi integrada ao SUS, com importantes ações, entre elas, planejamento reprodutivo, incentivo a hábitos saudáveis, aos exames preventivos, cuidados da saúde da adolescente e da mulher idosa, e a disponibilização de um quantitativo cada vez maior de métodos contraceptivos. Objetivo: Analisar o perfil de dispensação de medicamentos voltados a saúde da mulher em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), no período de 2009 a 2017, em Salvador/Ba. Métodos: No sistema Sisfarma 2.0® (sistema de controle de Farmácias da Prefeitura de Salvador/Ba) foram coletados dados do consumo médio mensal (CMM), de medicamentos voltados à saúde da mulher, durante o período de 2009 a 2017. A análise estatística foi realizada no Programa Microsoft Office Excel®. Resultados: De acordo com os dados levantados, os medicamentos dispensados foram, basicamente, para contracepção hormonal (comprimidos e injetáveis), infecções vaginais (cremes) e tratamentos pós-menopausa (comprimidos). Dentre os medicamentos mais distribuídos pela UBS para contracepção hormonal e infecções vaginais destacaram-se: levonorgestrel (0,15mg) + etinilestradiol (0,03mg), em comprimidos; acetato de medroxiprogesterona (150mg/mL),para uso trimestral em solução injetável e, metronidazol (100mg/g), creme vaginal, usado para infecções por tricomonas. Os contraceptivos noretisterona (0,35mg), valerato de estradiol (5mg/mL), enantato de noretisterona (50mg/mL), acetato de medroxiprogesterona (150mg/mL) e valerato de estradiol mostraram um reduzido CMM. O mesmo ocorreu com levonorgestrel (0,75mg) para contracepção de emergência. O estrogênio conjugado (0,25mg) foi o medicamento mais dispensado para as indicações pós-menopausa. A dispensação de cremes vaginais para tratamento de tricomonas, micoses, candidíases, fungos e, a distribuição de medicamentos para reposição hormonal, apresentaram CMM inferiores, quando comparados ao contraceptivo diário levonorgestrel (0,15mg) + etinilestradiol (0,03mg). Conclusão: Os dados apresentados indicaram um reduzido consumo dos medicamentos de uso feminino para contracepção hormonal (injetáveis), infecções vaginais (cremes) e tratamentos pós-menopausa (comprimidos). Alguns fatores podem ser considerados, como o perfil de consumo das mulheres no entorno da unidade, baixa efetividade nas ações educativas ou até mesmo a falta de alguns medicamentos na UBS. Um estudo sobre o perfil e conhecimento das pacientes quanto ao uso de medicamentos voltados para a saúde da mulher pode direcionar para estratégias mais efetivas na dispensação de medicamentos para o público feminino.