Signo (Jan 2020)
O uso do diminutivo inho e suas possíveis significações pelo viés da Teoria dos Blocos Semânticos (TBS) e da Linguística Formal
Abstract
Grande parte das palavras da língua portuguesa são formadas a partir do acréscimo de sufixos aumentativos e diminutivos. Conforme Prade (2013), o português é bastante rico no que se refere à formação sufixal, totalizando 22 sufixos diminutivos, sendo que inho e zinho são os mais recorrentes pelo fato de serem facilmente acrescidos a palavras invariáveis como substantivos, adjetivos e advérbios. Sob a ótica da gramática normativa, palavras como “carrinho”, “jantinha”, “festinha”, “favorzinho”, “mãezinha”, por exemplo, podem ser consideradas como semelhantes pela simples razão de serem formadas a partir do acréscimo do sufixo diminutivo. Todavia, nem sempre esse sufixo indica apenas noção de tamanho. Tendo em vista essas questões, neste estudo, analisou-se como a crônica Diminutivo, de Luís Fernando Veríssimo (1994), é construída argumentativamente. Para tanto, foram selecionados cinco enunciados da referida crônica, por meio das quais pode-se observar possíveis significações que algumas palavras, derivadas do sufixo inho e suas variantes, podem receber de acordo com o contexto em que são empregadas. Logo, utilizou-se como fundamentação teórica algumas das postulações da Linguística Formal e da Teoria dos Blocos Semânticos (TBS), teoria proposta por Marion Carel e Oswald Ducrot (1992). Para os referidos autores, todo sentido é argumentativo, cuja efetivação ocorre na e pela língua, o que significa dizer que somente o discurso é portador de sentido. De modo geral, a análise do corpus demonstrou que o diminutivo inho e suas formas variantes podem transmitir muito mais do que a ideia de tamanho, podendo também expressar diferentes sensações, sentimentos e intenções.
Keywords