Revista Brasileira de Epidemiologia (Dec 2015)

Determinantes da autoavaliação de saúde no Brasil e a influência dos comportamentos saudáveis: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013

  • Celia Landmann Szwarcwald,
  • Giseli Nogueira Damacena,
  • Paulo Roberto Borges de Souza Júnior,
  • Wanessa da Silva de Almeida,
  • Lilandra Torquato Medrado de Lima,
  • Deborah Carvalho Malta,
  • Sheila Rizzato Stopa,
  • Maria Lúcia França Pontes Vieira,
  • Cimar Azeredo Pereira

DOI
https://doi.org/10.1590/1980-5497201500060004
Journal volume & issue
Vol. 18, no. suppl 2
pp. 33 – 44

Abstract

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RESUMO: Objetivo: Investigar os determinantes da autoavaliação de saúde (AAS) no Brasil e a influência dos comportamentos saudáveis. Métodos: Foram usados os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013. A AAS foi categorizada em muito boa/boa, regular, ruim/muito ruim. Foram testadas diferenças na distribuição da AAS segundo faixa de idade e sexo e foram usados modelos de regressão logística para investigar os efeitos de grau de escolaridade, raça/cor e presença de pelo menos uma doença crônica não transmissível (DCNT) sobre a AAS ruim/muito ruim. Adicionalmente, testou-se a influência dos comportamentos saudáveis, controlando-se os efeitos dos fatores sociodemográficos e presença de pelo menos uma DCNT. Resultados: Foram analisados 60.202 indivíduos, 66,1% avaliaram o seu estado de saúde como muito bom/bom, e 5,9%, como ruim/muito ruim; 47,1% referiram o diagnóstico de pelo menos uma DCNT; e apenas 9,3% disseram ter "estilo de vida saudável" (não usa produtos de tabaco, consome frutas e hortaliças e pratica atividade física no lazer). Entre os fatores sociodemográficos, idade, sexo, grau de escolaridade e raça mostraram associações significativas com a AAS, bem como a presença de pelo menos uma DCNT. Os efeitos de todos os comportamentos saudáveis foram significativos, mesmo após o controle dos demais determinantes. Conclusão: Embora a adoção dos comportamentos saudáveis no Brasil ainda seja insuficiente, a associação dos hábitos saudáveis com a percepção da saúde encontrada neste estudo é um indício de que a população brasileira já começa a relacionar os comportamentos saudáveis ao seu bem-estar e à avaliação melhor da saúde.

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