Revista Brasileira de Terapia Intensiva (Dec 2011)

Discrepâncias clínico-patológicas em pacientes graves com difícil diagnóstico pre-mortem

  • Aline Fusco Fares,
  • Patrícia Maluf Cury,
  • Suzana Margareth Lobo

DOI
https://doi.org/10.1590/S0103-507X2011000400008
Journal volume & issue
Vol. 23, no. 4
pp. 442 – 447

Abstract

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INTRODUÇÃO: A importância das autópsias é um tema comum de discussão tanto no Brasil como em todo o mundo, já que pode elucidar as causas de óbito e tem um valor social muito amplo. Entretanto, esta prática vem sendo gradualmente considerada desnecessária, tendo ocorrido um declínio no número de exames post-mortem. OBJETIVOS: Comparar o diagnóstico clínico e patológico em pacientes com difícil diagnóstico pre-mortem. MÉTODOS: Foram analisados todos os casos de autópsias (em um total de 98) de pacientes oriundos de três unidades de terapia intensiva médico-cirúrgicas (total de 78 leitos) pertencentes a uma faculdade de medicina, realizadas no período de janeiro de 2003 a dezembro de 2006. Analisamos os diagnósticos clínicos e patológicos segundo os critérios de Goldman. RESULTADOS: Em 49 casos (50%) foram encontradas discordâncias classes I e II de Goldman. Por outro lado, apenas 30 (30,6%) dos casos tiveram uma concordância completa entre os diagnósticos pre-mortem e post-mortem sendo classificados como classe V. As infecções tiveram uma taxa de concordância significantemente maior do que as doenças cardiovasculares. CONCLUSÃO: Encontramos discrepâncias significantes entre os achados clínicos e patológicos, o que reforça o valor dos exames post-mortem.

Keywords