Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)

EP-463 - HANSENÍASE: CONTRIBUIÇÃO DO DIAGNÓSTICO ANATOMOPATOLÓGICO REALIZADO PELO NÚCLEO DE ANATOMIA PATOLÓGICA DO INSTITUTO ADOLFO LUTZ PARA A VIGILÂNCIA LABORATORIAL DA DOENÇA NA CIDADE DE SÃO PAULO

  • Cinthya Cirqueira Borges,
  • Thais de Souza Lima,
  • Silvana M. Pereira da Silva,
  • Maria Aparecida de Souza,
  • Cesar Cilento Ponce,
  • Amaro N. Duarte Neto,
  • Cristina Takami Kanamura,
  • Tomas Zecchini Barrese,
  • Silvia D. Andretta Iglezias

Journal volume & issue
Vol. 28
p. 104359

Abstract

Read online

Introdução: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae cujo atendimento na cidade de São Paulo é disponibilizado nas Unidades Básicas de Saúde. Os casos suspeitos são encaminhados às unidades de referência para a confirmação diagnóstica e a centros de referência em anatomia patológica para a investigação do agravo como o Núcleo de Anatomia Patológica do Centro de Patologia do Instituto Adolfo Lutz (NAP/CPA/IAL). A histopatologia, quando disponível, é o padrão-ouro para o diagnóstico, pois permite detectar a presença de inflamação neural associada ao bacilo, diferenciando a hanseníase de outras doenças semelhantes, além de contribuir para a definição da forma da doença. Objetivo: Apresentar a contribuição da avaliação histopatológica em biópsias cutâneas provenientes de pacientes encaminhados às unidades de serviço da cidade de São Paulo que foram recebidas pelo NAP/CPA/IAL. Método: Estudo retrospectivo e descritivo obtido dos relatórios anatomopatológicos liberados no Gerenciador de Ambiente Laboratorial (Ministério da Saúde) referente ao total de casos da capital paulista avaliados pelo NAP/CPA/IAL no ano de 2023. Resultados: No ano de 2023, 29 unidades de saúde enviaram 533 amostras ao laboratório de histopatologia do NAP, correspondendo a cerca de 36% (533/1490) da rotina laboratorial no período. Dentre os serviços, 3 (AME Vila Zatt, HDRHC São Miguel e HDRHC Capela do Socorro) totalizaram quase 45% (237/533) da demanda proveniente da capital. O diagnóstico de hanseníase esteve presente em 17,6% (94/533) das amostras. Também foi observada a presença de lesões inflamatórias não malignas (79,9% = 426/533), infecções fúngicas (1,9% = 10/533) e neoplasias malignas (0,6% = 03/533) na população em estudo. Conclusão: O número de amostras enviadas para avaliação pelas unidades de referência da capital paulista constituiu, aproximadamente, mais de 1/3 da demanda do período. Além disso, quase metade das amostras avaliadas foram provenientes de apenas 3 serviços locais. O exame histopatológico realizado pelo NAP/CPA/IAL forneceu apoio aos centros municipais de referência de hanseníase, através da confirmação laboratorial do diagnóstico clínico, e, quando possível, também esclareceu a suspeita para outros agravos.